A Língua Portuguesa de mãos dadas com a tecnologia

Na abertura do Congresso Internacional de Língua Portuguesa: uma Língua de Futuro falou-se sobre “A Língua Portuguesa na era digital e na sociedade de informação”.

02 dezembro, 2015≈ 3 mins de leitura

© UC | Marta Costa

A era digital foi o foco de uma conferência paralela no Congresso Internacional de Língua Portuguesa: uma Língua de Futuro. O tema “Ensino da Língua Portuguesa em ambiente virtual de aprendizagem” por Janayna Cassoti iniciou a sessão. A oradora considera haver uma predominância do comportamento “alocutivo” no que diz respeito ao professor enquanto destinatário do discurso. Já o aluno tem um comportamento “elocutivo”, isto é enquanto enunciador. A relação, afirma Janayna Cassoti, deve-se ao facto de que o professor é aquele que organiza a comunicação enquanto o aluno atua com um léxico relacionado com a internet ou aproximado da oralidade, ou seja, reconhece que está numa situação comunicativa diferenciada e tem de adaptar o discurso a essa situação.

“Uma língua não tem outro sujeito se não aqueles que a falam.” Eduardo Lourenço foi citado por Martha Mendes durante a comunicação “Jornalismo e Língua Portuguesa no mundo: o reforço da identidade lusófona através dos media“. Segundo a interveniente, a “Língua é identidade, é sujeito, é história, é sociedade e cultura”. Martha Mendes considera que os órgãos de comunicação, enquanto construtores da realidade, têm “um papel preponderante no fortalecimento de relações, tanto ao nível de conhecimento, como ao nível de inserção na sociedade”.

Para concluir o painel, Noádia Silva refletiu sobre “Análise de sites pedagógicos de português como língua materna”. A oradora observou que “com a evolução do mundo tecnológico é cada vez mais frequente o uso da internet para uma educação à distancia”. Noádia Silva analisou vários sites que divulgavam ter um Curso de Língua Portuguesa. Após um estudo realizado, cujos dados revelou durante a sessão, a oradora afirma “que nem sempre os objetivos declarados são coerentes com o conteúdo”. Critérios como a autoria, a idoneidade do site e a coerência visível pelo utilizador são fundamentais para perceber a relação entre a conceção de língua declarada e o que aparece no site, sublinha Noádia Silva.

A conferência, que decorreu no Convento de S. Francisco, permitiu avaliar a relação da Língua Portuguesa com a tecnologia e teve como moderadora Ana Teresa Peixinho, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).

 

Reportagem realizada por Eva Oliveira, estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

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