Ruído

06 maio, 2024≈ 5 mins de leitura

O Observatório Geofísico e Astronómico tem o prazer anunciar a realização do espetáculo Ruído, um espetáculo de divulgação científica sobre ondas gravitacionais, no seu Planetário, nos próximos dia 8, 9 e 10 de maio, pelas 21 horas. O espetáculo foi produzido pela Noitarder — Associação Cultural em colaboração com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e o Planetário do Porto — Centro do Ciência Viva, no âmbito dos projetos de investigação científica «À procura de cordas cósmicas e outros defeitos topológicos ondas» e «Desvendando a natureza das cordas cósmicas», liderados pela investigadora Lara Sousa. A entrada é gratuita mas, devido lotação limitada, é necessário reservar lugar através do e-mail: visitas.oga.astro@fct.uc.pt.

Ruído


Não vemos tudo o que existe. Encaixámos o tempo em horas, minutos, anos; as distâncias em centímetros, milhas, anos-luz. Inventámos deuses para não termos perguntas sem respostas. Estudámos, corrigimos, medimos: tentámos. Nem tudo o que existe pode ser observado, ou pode ser percebido pelas formas às quais nos habituámos. Nunca ninguém viu um buraco negro. O cosmos parece silencioso, porque não sabemos ouvi-lo. Não podemos entender sensorialmente a dimensão do Universo. Esforçamo-nos por imaginar que tamanho toma tudo o que existe, a velocidade inultrapassável da luz, coisas que continuam a existir enquanto tendem para o infinito. Algures – muito para além do azul a que chamamos céu – nascem e morrem estrelas, formam-se buracos negros que tentamos descrever, há pequenos defeitos quase tão antigos como o Big Bang que provocam ainda hoje ondas no espaço-tempo que se propagam, sem darmos por elas. As medidas do quotidiano não servem para a grandeza do Universo. Como é que conseguimos encontrar na nossa linguagem uma estrutura que nos permita pensar sobre estas coisas? Que questões colocam as investigações da astrofísica à nossa forma antropocêntrica de conhecer o mundo? Propomo-nos não só compreender melhor o universo através da astrofísica, mas também questionar o sítio a partir do qual a astrofísica se desenvolve. Enquanto observamos o universo, em que lugar nos colocamos? O que é a objectividade? A que imagens recorre um cientista para poder falar sobre coisas que parecem não caber na nossa linguagem comum? Que relação tem o tempo que medimos e gastamos enquanto vivemos com o tempo que estrutura o Universo? Como distinguimos no ruído o que realmente queremos ouvir?

LOCAL
Planetário do Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra
8, 9 e 10 de Maio, 21h
ENTRADA GRATUITA
Reservas: visitas.oga.astro@fct.uc.pt
Mais informações: noitarder@gmail.com
Evento com lotação limitada.
Duração: ≈ 40 min.
M/12


FICHA ARTÍSTICA:
uma ideia. Lara Sousa e Raquel S.
direcção artística e texto. Raquel S.
investigadora. Lara Sousa
direcção de produção. Inês Barbedo Maia / Pé de Cabra
música. José Alberto Gomes
vídeo. Miguel C. Tavares
interpretação. Maria Inês Peixoto
imagem. Nuno Matos
operação de som. Ricardo Vieira
apoio à produção. Mariana Silva / Pé de Cabra
agradecimentos. Centro de Criatividade Digital CCD - Escola das Artes Universidade Católica Portuguesa
um espectáculo. Noitarder


Projecto em colaboração com Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e com Planetário do Porto - CCV, no âmbito do projecto de investigação científica e desenvolvimento tecnológico À procura de cordas cósmicas e outros defeitos topológicos com ondas (PTDC/FIS-PAR/31938/2017 & POCI-01-0145- FEDER-031938). A apresentação em Coimbra é apoiada pelo projecto científico Desvendando a natureza das cordas cósmicas (2022.03495.PTDC)

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