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2023 - Horizonte

No ano de 2023, celebra-se a primeira década decorrida sobre a inscrição da Universidade de Coimbra: Alta e Sofia na lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO.

Ao eleger o Horizonte como tema da XXV Semana Cultural, sublinha-se a opção de colocar o diálogo entre Cultura, Arte, Ciência e Património no centro da criação estético-performativa. Conceito portador de múltiplos sentidos, o Horizonte tanto marca a definição de uma linha programática clara e a sua ponderação crítica, como transporta, em si mesmo, o ímpeto criador que alimenta o olhar pioneiro de quem sonha e desbrava novas linhas de atuação e novos Aléns. O Horizonte convoca, assim, a mundividência ampla de Jano bifronte — esse romano deus pagão de olhar largo e generoso, virado para diante e para trás, capaz de analisar em profundidade os caminhos já percorridos e de nutrir generosamente as sendas da imaginação inventiva que desenha o futuro.

2022 - Tempo

A relação com o Tempo é um dos grandes signos portadores de sentido, por iluminar a compreensão da existência pessoal e a sua inserção no devir cósmico, por tornar mais premente a consciência incontornável da humana efemeridade, mas também por instilar no espírito a inquietação necessária à busca da eternidade.

Ao eleger o Tempo como tema da XXIV Semana Cultural, procura-se convocar a sua ação e a sua força pendulares: o Tempo e as fases da vida; a memória coletiva e o Tempo pretérito comum; o Tempo presente e os desafios que coloca ao ímpeto criador, para que o Tempo futuro seja marcado pela confiança num Tempo melhor. Não apenas o ‘Tempo cronológico’ (chronos), que deixa um traço indelével de ‘Tempo escultor’ (monumentum), mas também o ‘Tempo oportuno’ (kairos) que marca o discernimento para agir no momento certo, pela causa mais justa.

O ano de 2022 será assinalado por marcos temporais de profundo significado para a história da UC e para a sua projeção lusófona: entre outros, os 250 anos da Reforma Pombalina, os 200 anos da proclamação da Independência do Brasil, os 20 anos da independência de Timor. Será também, segundo se espera, o Tempo da pós-pandemia e o Tempo da expectativa na renovação criadora.

O ano de 2022 será, por isso, o nosso Tempo e o momento de construirmos um futuro Tempo melhor: com arte, com intelecto, com paixão, com a serena esperança da eternidade.

2021 - Humanidade

A experiência recente e avassaladora da pandemia constitui um daqueles momentos em que a realidade parece ser mais criativa do que a própria ficção. Ainda que se mantenham na ordem do dia outros grandes temas de debate, a sua força tem sido obliterada pela sensação de que a Humanidade está, de forma síncrona e consciente, a viver um desafio que a todos afeta e que se instalou tenazmente, como preocupação comum, em dias frenéticos que se prolongam por longos meses, constituindo, assim, um teste supremo à própria essência da Humanidade.

Derivada do termo latino humanitas, a noção de Humanidade está ancorada no conceito de ‘ser humano’ (humanus/homo) e de ‘ser terreno’ (humus). Estende­‑se ao cuidado e benevolência dedicados à existência do semelhante, aproximando­‑se assim do sentido de philanthropia. Finalmente, designa a ilustração intelectual e o civismo resultantes da educação, ao recolher a riqueza semântica do termo grego paideia, que, designando inicialmente 'criação' ou ‘desenvolvimento’, passa a significar a manifestação mais caracteristicamente humana: a 'cultura'.

É, portanto, à Humanidade inteira, com toda a sua densidade significativa e criativa, que a XXIII Semana Cultural da UC se irá dedicar e que, por inteiro, procurará homenagear.

2020 - Ousadia(s)

Em 2020, a UC celebra 730 anos de existência, um marco de longevidade e de resiliência que só foi possível pela capacidade que a instituição teve de, durante a sua história secular, saber “ousar” para ir mais longe, para antecipar soluções e para olhar além de barreiras contextuais. O tema da Semana Cultural procura precisamente estimular a revisitação dos momentos em que artistas, personalidades, movimentos e a própria UC “ousaram” questionar e inovar no seu tempo, abrindo novas sendas de ação e de pensamento. A essa revisitação de “ousadias” várias que marcaram o curso da história, pretende-se juntar a “ousadia” maior de construir e antecipar o futuro, de nutrir o impulso largo e perene da inovação.

2019 - Caminhos

Espera-me: Pois por mais longos que sejam os caminhos

Eu regresso.

in “Mar”, Sophia de Mello Breyner

A 20 de setembro de 1519, o português Fernão de Magalhães iniciou em Espanha a viagem que o levaria a comandar a primeira viagem marítima à volta do mundo. Dos cerca de 240 homens que partiram nesse dia de Sevilha, apenas 18 regressaram. Entre eles não se contava Magalhães, entretanto morto em combate nas Filipinas.

A ousadia e coragem aliadas ao conhecimento em várias áreas permitiram alcançar este feito do qual se comemoram em 2019 os 500 anos. E muitos caminhos se abriram a partir desse caminho. Fernão de Magalhães não viveu para conhecer a glória mas o seu nome ficou perpetuado no Estreito de Magalhães, nas Nuvens de Magalhães, nas crateras (lunares e marcianas) de

Magalhães, numa sonda da NASA que chegou a Vénus.

O caminho de Magalhães foi inspirador. Os caminhos aliás estão na base de obras fundamentais da literatura mundial como a Odisseia ou Os Lusíadas.

Os caminhos podem perpetuar-se pela escrita, inventar-se onde não existem, descobrir-se quando estão escondidos, percorrer-se, revisitar-se. Podem ser espaços de contemplação ou vias que permitem chegar mais depressa de um lado a outro. Podem ser lugar de provações, de vida e de morte. Apresentam muitas vezes encruzilhadas onde é preciso tomar decisões para seguir caminho. Às vezes às escuras, outras vezes às claras.

2018 - Oh as casas

Oh as casas as casas as casas

Tomámos emprestado a Ruy Belo o verso e título de um poema para tema da 20ª Semana Cultural da UC. 2018, ano pródigo em momentos fortes e pretextos para iniciativas. Ano Europeu do Património Cultural. Também em 2018 acontece em Coimbra o maior evento multidesportivo em Portugal (EUG). O terceiro sentido de casa que quisemos sublinhar em 2018 é o da “casa comum”.

Propusemos, então, três casas – casa-património, casa-corpo, casa-mundo – para uma Semana Cultural que (se) ocupe de muitas moradas.

2017 - Quem somos?

A Universidade de Coimbra é hoje o resultado do encontro de uma história de mais de sete séculos com os sonhos de futuro, tendo sempre presente a procura e transmissão do conhecimento.

Nesta 19.ª SEMANA CULTURAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA vai à procura pelo conhecimento que faz parte da identidade da Universidade, querendo acrescentar camadas ao que somos.

2016 - O Livro

No princípio, era o conhecimento

O livro como veículo de conhecimento por excelência conhece na contemporaneidade novas materialidades, numa renovação permitida pela novidade que sempre pode habitar os vários patrimónios. Esta renovação manifesta-se também nas possibilidades de cruzamento da matéria literária com outras artes, cruzamento como inspiração do programa da 18.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra

2015 - Tempo de Encontro(s)

A 17.ª Semana Cultural da UC decorreu de 1 de março a 1 de maio e esta edição inserida, nas comemorações dos 725 anos da Universidade. O tema foi TEMPO DE ENCONTRO(S).

Pretendeu-se promover o encontro, desde logo, com a história da própria Universidade, num presente que se ocupa do passado para projetar o futuro.

2014 - Redes

A 16.ª edição da Semana Cultural da Universidade de Coimbra teve como mote, “REDES”.

Celebrava-se, desde logo, a rede que agora une a Universidade de Coimbra (Alta e Sofia) aos outros sítios, espalhados pelo globo, considerados pela UNESCO como Património Mundial. Mas também a imbricada rede intercultural na qual se tece a história da cidade de Coimbra. Associando-se também à festa dos 40 anos da Revolução dos Cravos e às redes da contemporaneidade, com destaque para a World Wide Web.

2013 - Ser de Água

SER DE ÁGUA, mote da 15.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra propunha fundamentalmente, uma reflexão sobre o essencial. Desde logo no sentido de origem, a que a água está associada, e à simplicidade que está na base de todos os sistemas complexos. Molécula simples onde a vida terá tido o seu começo mais ancestral, mas onde cada vida se desenvolve ainda desde o seu início.

Ser de água é, neste contexto, focar no essencial, pensar as origens, revisitar os territórios – em todos os sentidos.

2012 - Navegar é Preciso, Viver não é Preciso?

Com Navegar é Preciso, Viver não é Preciso |?|, a UC antecipou-se e associou a celebração ao ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal. A ideia que presidiu à escolha do tema relaciona-se com a própria viagem, explícita e implícita, na expressão. Fernando Pessoa intitula um dos seus poemas “Navegar é preciso”, defendendo a ideia da obra que transcende o autor. Caetano Veloso canta “Os argonautas” e revisita a expressão no refrão, onde o termo “preciso” adquire o duplo sentido de "necessidade" e de "precisão". Esta aceção plural projeta-se na viagem que transforma os argonautas clássicos em cibernautas contemporâneos e permanece, hoje ainda, sob a forma de uma interrogação: Navegar é preciso, viver não é preciso?

A programação da 14.ª Semana Cultural passou a ter uma duração de dois meses, com o pico de eventos entre março e abril, mas projetou-se no tempo, reforçando-se assim o diálogo com a comunidade a que se destina.

2011 - Reinventar a Cidade

Reinventar a Cidade, foi o tema da 13.ª Semana Cultural, com a intenção de celebrar a importância contemporânea das cidades, no plano cultural, estratégico, espacial e, sobretudo, celebrar o modo de vida urbano e denso como alternativa verdadeiramente económica, qualificada e sustentável.

Em Março de 2011, o espaço urbano de Coimbra foi, assim, palco do encontro e do cruzamento de todos os espaços, de todos os saberes e de muitas culturas urbanas. Iremos, uma vez mais, preencher a semana com iniciativas culturais, cujo propósito congrega em simultâneo, a celebração da cidade e da Universidade. Usando a programação cultural para afirmar uma cidade mais viva, tolerante, criativa, densa, plural, cosmopolita.

2010 - Causa Pública - o Público e o Mediático

Tendo como tema CAUSA PÚBLICA – o Público e o Mediático, o ano de 2010 celebrou, entre outras efemérides, o centenário da implantação da República Portuguesa e a importância deste momento para a história da Sociedade e da Universidade em Portugal transforma a escolha deste tema numa decisão incontornável.

O mote da 12.ª Semana Cultural congregou assim a essência conceptual do universo de representações do domínio público, num mundo em permanente convulsão, bem como as consequentes reflexões que daí poderão advir para as artes, para as ciências e para as humanidades. E nas artes deu-se destaque ao monólogo, coisa pública.



2009 - Velocidade e Movimento

Tendo como tema Velocidade e Movimento, a 11.ª Semana Cultural celebrou em 2009, entre outras efemérides, o bicentenário do nascimento de Charles Darwin, o centenário do Manifesto Futurista e as quatro décadas do movimento estudantil de 1969. Congregou assim a dinâmica conceptual de um mundo em evolução, um mundo que faz depender a sua existência do devir e que se afasta velozmente de uma condição que também crê como irracional.

Mote que relacionado, algumas marcas do passado, serve, não sem alguma ironia, para nos desafiar a refletir criativamente sobre as expectativas da nossa circunstância contemporânea.

2008 - Imaginação

Imaginação, foi o mote para a 10.ª Semana Cultural.

A imaginação como abrigo. Abrigos de universos. A universidade como abrigo de universos artísticos. A universidade e os universitários como protagonistas de uma programação que abriga mundos, mundos de artistas e por isso se transforma durante 8 dias num ABRIGO EXTRAORDINÁRIO. O formato imaginado para esta semana assentou num cruzamento intenso entre o universo de cada artista, e a disponibilidade para a criação, por parte destes artistas, de uma relação com o espaço da Universidade, da cidade e com a vida das pessoas que neles vivem. Foi a tecelagem de abrigos imaginativos entre espetáculos, exposições e performances e workshops desenvolvidos por estes mesmos artistas junto do público, cujo resultado se construiu como “momento” de apresentação pública.

2007 - "Estou Vivo e escrevo Sol"

Tema escolhido para a 9.ª Semana Cultural, “Estou vivo e escrevo sol (A. Ramos Rosa). O ambiente e os direitos humanos no Ano Internacional do Sol.” Comemorou-se o Ano Heliofísico Internacional, associado ao Astro Rei (que é luz, imagem, energia, calor, ambiente) e à exploração do seu fortíssimo valor simbólico: o Sol da Vida, o calor humano, o voluntariado, a cidadania... Acabando assim por nascer um extenso programa das várias ciências às diferentes manifestações culturais.

2006 - De Mar a Mar

“De Mar a Mar”, foi o tema escolhido para a 8.ª Semana Cultural. Trata-se de um tema de forte identidade nacional, muito amplo do ponto de vista científico e excelente também no plano das práticas e representações culturais e artísticas. Consolidou e ampliou visivelmente a sua programação na cidade e estendendo-a também à região (até ao mar).

2005 - Abraço Lusófono

Na 7.ª edição da Semana Cultural da UC, o tema “Abraço Lusófono”, constituiu um convite a revisitar a lusofonia, no plano da nossa memória, da nossa história presente, dos nossos afetos e emoções e dos nossos caminhos futuros. Foi participada e frequentada por toda a comunidade, incluindo a comunidade estrangeira de língua portuguesa. Um abraço de sons, saberes, e sabores, sem fronteiras, bem entendido, porque a universidade é isso mesmo.

2004 - Ciência e Sociedade

Com “Ciência e Sociedade”, na 6.ª Semana Cultural, quis-se refletir o futuro harmónico e sustentado, dependente da existência de uma sociedade informada e culta. Uma sociedade que seja capaz de tomar decisões acertadas sobre a utilização do conhecimento. É também condição cada vez mais natural, o pensamento e a criação cruzarem e conviverem com as ciências e as tecnologias. Tudo isto levou a um conjunto de ricas e variadas manifestações de culturas.

Nas 5 primeiras edições, entre 1999 e 2003, a celebração anual da cultura na UC não era temática, pelo que não consta esse período desta listagem.