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Poesias e cartas

de José Crisóstomo Gomes Bação Leal

Esta coleção de cartas de um miliciano morto aos 23 anos na guerra colonial, publicadas pelo pai, tornou-se um verdadeiro libelo antimilitarista. Foi proibido de circular no país, conforme informação da Direção-Geral de Segurança, datada de 23 de dezembro de 1971. Além de proibido, consideraram-no clandestino: «dado que o presente livro não assinala a indicação do Editor, deve esta obra ser considerada clandestina», apesar de a tipografia que o imprimiu estar bem indicada.

PROIBIDO E APREENDIDO

Ouve aqui partes da Informação do censor, lidas por Alexandre Oliveira

Informação dos Serviços de Censura:

«Escrito em 1971 [sic], trata-se de obra póstuma de um combatente em África contra o terrorismo, mas imbuída de um doutrinismo político-social inaceitável ou reprovável por antinacional e negativista, há trechos elucidativos ou caraterísticos do pensamento ou ideário político-social do autor do livrinho que me parece sem o menor interesse literário ou espiritual, mas, isso sim, mais uma obra de contestação, eivada de revolucionarismo e revolta e constituindo um péssimo exemplo de uma mocidade para outras mocidades.»