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Estrada nova

de Papiniano Carlos

Este foi o segundo livro de poesias de Carlos Papiano, autor «neorrealista» nascido em Moçambique e, a partir dos 10 anos, estabelecido no Porto, onde se formou em Engenharia. O Porto atribui-lhe em 2009 a Medalha de Mérito (Ouro) da Cidade. A obra foi bem recebida, mas logo apreendida pela polícia política. Militante do PCP desde os anos quarenta, o autor foi 3 vezes preso pela PIDE e impedido de ser professor

APREENDIDO E PROIBIDO

Ouve aqui versos de esperança num futuro melhor, lidos por Matilde Paz (Bonifrates)

«Quem virá para salvar o mundo?

Os deuses faliram,

Todas as súplicas resultaram inúteis.

Mesmo a grande esperança que Jesus trouxe

Foi ultrajada.

E Jesus não volta mais.

Os vendilhões abriram tendas inumeráveis

E Judas multiplicou por milhões os 30 dinheiros.

Por isso as cidades foram abrasadas

E os heróis moços tombaram

Entre as papoilas rubras da planície.

E a angústia suprema alagou os campos e as cidades

E se fechou a maior noite dos tempos.

Agora só NÓS salvaremos o mundo.»

(poema Presença, p. 24).

APREENDIDO E PROIBIDO

Ouve aqui um poema sobre Nós, lido por João Paulo Janicas (Bonifrates)

«Quem virá para salvar o mundo?

Os deuses faliram,

Todas as súplicas resultaram inúteis.

Mesmo a grande esperança que Jesus trouxe Foi ultrajada.

E Jesus não volta mais.

Os vendilhões abriram tendas inumeráveis

E Judas multiplicou por milhões os 30 dinheiros.

Por isso as cidades foram abrasadas

E os heróis moços tombaram