Quando Mário Soares publica estes Escritos Políticos em «Edição de Autor» (para não ter de comprometer nenhum editor com uma obra que certamente seria proibida), encontrava-se preso sem julgamento em São Tomé. Foi preso, aliás, 12 vezes, até acabar por partir para o exílio em França, no ano seguinte. O livro foi proibido, como se esperava.
PROIBIDO DE CIRCULAR
Ouve aqui o relatório do censor, lido por Alexandre Lemos
Relatório n.º 8 590, 4 out. 1969, do Cap. José Brandão Pereira de Mello com Despacho de Proibido da Comissão de Censura:
«Não se trata de matéria política de propaganda eleitoral, mas sim de um ataque ao Governo e às bases orgânico-políticas do actual sistema político-social.
Aliás, em termos geralmente inconvenientes, pois alguns trechos capitulares tiveram, confessadamente, intervenção da Censura, quando apresentadas [sic] para jornais diários.
Tratando-se pois, como se trata, de uma obra de puro ataque político mal-intencionado e inoportuníssimo, parece-me preferível proibir a sua circulação.»