Um jardim dentro do Jardim: JBUC convida a conhecer o Jardim Etnobotânico
O novo espaço no Jardim Botânico é uma "oportunidade perfeita" para "aproximar as pessoas das plantas". Com espécies dos cinco continentes, o objetivo é dar conhecer não apenas a origem mas também os seus diversos usos.
As três irmãs é um "sistema de plantação de companhia" inventado há mais de cinco mil anos. No Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC) podemos observá-lo, junto à Avenida das Tílias, no Jardim Etnobotânico. Mas o que é afinal, o sistema das três irmãs?
No espaço encontramos o milho a servir de tutor ao feijoeiro. E, por perto, encontramos a abóbora que ajuda a manter a humidade do solo e com o controlo de infestantes. São três espécies que, plantadas em conjunto, se acompanham no crescimento. Um sistema que foi muito utilizado ao longo da historia e que “foi o sustento da alimentação dos povos da América Central”, explica o botânico e investigador do JBUC, João Farminhão. Ao aliar “o milho ao feijão e à abóbora, cada uma contribui com as grandes classes de nutrientes que precisamos para viver”, conta o responsável. E contar essas histórias é também a base do Jardim Etnobotânico do JBUC, acrescenta.
O Jardim Etnobotânico é “um dos novos espaços” do JBUC. O objetivo é dar “a conhecer os múltiplos usos que as pessoas fazem das plantas desde tempos imemoriais”, refere João Farminhão. Distribuídos de forma geográfica, os canteiros apresentam plantações sazonais de plantas e espécies que são utilizadas muitas vezes na alimentação ou vestuário.
“É fundamental para cumprir a missão [do JBUC]” o aproximar as plantas das pessoas, adianta ainda o responsável. O botânico e investigador defende também a importância de “evidenciar a origem geográfica de plantas que usamos todos os dias”, destacando que existe, ali, “a oportunidade perfeita para nos familiarizarmos com espécies banais mas que não conhecemos assim tão bem".
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