Obras inéditas Ragnar Kjartansson no Anozero – Bienal de Coimbra inauguram a 14 de abril

Solo show do artista islandês inaugura a 14 de abril no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova

05 abril, 2023≈ 3 mins de leitura

© DR

“Não sofra mais” é o título da exposição de Ragnar Kjartansson que, a partir de 14 de abril, pode ser vista no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra. É a primeira vez que o artista islandês expõe em Portugal, depois de apresentar a sua obra a solo em vários palcos da arte contemporânea. No Thyssen Bornemisza, em Madrid, em 2022, a sua exposição “Emotional Landscapes” foi uma das mais vistas de sempre naquele museu. A obra de Kjartansson, nomeadamente a peça “The Visitors” tinha alcançado fama mundial em 2019 ao ser aclamada pelo The Guardian como a melhor obra de arte do século XXI até à data.

O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, além desta peça, vai receber outras obras aclamadas de Ragnar Kjartansson, tais como “Lots of Sorrow”, uma performance gravada com a banda The National em que o próprio artista é um dos protagonistas.

A exposição traz também obras inéditas, que Ragnar concebeu propositadamente para o espaço e a propósito do espaço do emblemático mosteiro. Uma das estreias – “Não sofra mais”, que dá nome à exposição – foi inspirada pelo slogan dos famosos rebuçados Dr. Bayard que Kjartansson conheceu numa visita a Portugal.

O solo show de Ragnar Kjartansson inscreve-se no Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra que pretende trazer à cidade, nos anos em que não há Bienal, obras individuais muito marcantes, como foi o caso da exposição de José Pedro Croft, em 2020. A exposição vai coincidir com a comemoração dos 10 anos de inscrição da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, na Lista do Património Mundial reconhecido pela UNESCO. Esta classificação deu, aliás, origem à Bienal, que propõe uma reflexão sobre o confronto entre arte contemporânea e património, explorando os riscos e as múltiplas possibilidades associadas a este património cultural.

Além da exposição, que pode ser visitada entre 14 de abril e 16 de julho, o Anozero, organizado pelo Círculo de Artes Plástica de Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra e Universidade de Coimbra, propõe um programa educativo extenso, que inclui visitas mediadas à exposição e ao mosteiro. Todas as informações podem ser acedidas em https://geral.anozero-bienaldecoimbra.pt/anozero-soloshow23/

Sobre Ragnar Kjartansson


Ragnar Kjartansson nasceu em 1976 em Reiquiavique, cidade onde vive e trabalha. No seu trabalho envolve vários meios artísticos, criando instalações de vídeo, performances, desenhos e pinturas que se baseiam em inúmeras referências históricas e culturais. Um pathos e uma ironia subjacentes conectam as suas obras, cada uma profundamente influenciada pela comédia e tragédia do teatro clássico. O artista confunde as distinções entre meios, abordando a sua prática de pintura como performance, comparando os seus filmes a pinturas e as suas performances a esculturas. Por toda a parte, Kjartansson transmite um interesse pela beleza e a sua banalidade, usando a performance repetitiva e duradoura como uma forma de exploração.

Sobre o Anozero - Bienal de Coimbra


A Bienal de Coimbra é uma iniciativa proposta em 2015 pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, organizada com Universidade de Coimbra e com a Câmara Municipal de Coimbra, que assume como objetivo primordial promover uma reflexão quanto à circunstância da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial da UNESCO. A Bienal propõe um confronto entre arte contemporânea e património, explorando os riscos e as múltiplas possibilidades associadas a este património cultural.
O Anozero é, portanto, um programa de ação para a cidade que, através de um questionamento sistemático sobre o território em que se inscreve, poderá contribuir para a construção de uma época cultural atuante e transformadora.

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