Músico Fernando Lopes-Graça homenageado em concerto

Para além do concerto tem ainda lugar uma conversa sobre a vida e obra do compositor português. As iniciativas acontecem no dia 25 de abril.

19 abril, 2017≈ 4 mins de leitura

A entrar na reta final, a 19.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra presta homenagem ao músico Fernando Lopes-Graça.  A celebração faz-se através de uma conversa e de um concerto tributo que vão ter lugar no dia 25 de abril.

A homenagem nasce pelas mãos da Tuna Académica da Universidade de Coimbra e do Coro Misto da Universidade de Coimbra, a quem se junta o Coro Misto Canto Firme de Tomar. “Neste 25 de Abril celebramos a liberdade através dos 110 anos do nascimento de Lopes-Graça que, numa vida de dissonâncias, deu consonância à voz do povo e de todos nós”, afirma o Coro Misto da Universidade de Coimbra.

Às 16h30 dá-se início ao evento “Lopes-Graça em conversa”, no Bar da Casa das Caldeiras, onde se poderá ouvir José Robert, maestro do Coro Lopes-Graça, antigo Coro da Academia de Amadores de Música, no qual trabalhou com o compositor como maestro adjunto durante 14 anos e António de Sousa, maestro do Coro Misto Canto Firme, colega e amigo de Lopes-Graça e responsável científico da Casa Memória Lopes-Graça. Uma conversa sobre a vida e obra do compositor português, incidindo tanto sobre a vertente científica e histórica, como na vertente biográfica e pessoal de Lopes-Graça.

À noite, é no palco do TAGV que se faz a homenagem. A Tuna Académica da Universidade de Coimbra e o Coro Misto da Universidade de Coimbra juntam-se ao Coro Misto Canto Firme de Tomar para um tributo ao compositor português. O concerto começa pelas 18horas, no auditório do TAGV (bilhetes já disponíveis no TAGV e na bilheteira online aqui).

 

 

Sobre Fernando Lopes-Graça
Fernando Lopes-Graça é um nome ímpar da música portuguesa e celebrava, em 2017, 110 anos de vida. Foi, igualmente, um grande nome da música de intervenção.
Compositor, pianista, e ainda pedagogo, crítico e ensaísta. Do espólio de Fernando Lopes-Graça faz parte uma vasta obra musical, mas também literária. Estudou Composição no Conservatório de Música de Lisboa, onde cruzou caminhos com Viana da Mota, Tomás Borba e Luís de Freitas Branco. Passou ainda pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1928-31) e da Universidade de Coimbra (1932-34). Durante essa altura, é professor na Academia de Música de Coimbra.
É preso várias vezes pela polícia política, por protestos, enquanto estudante na Universidade de Lisboa, contra o regime ditatorial. Lopes-Graça era participante no Movimento de Unidade Democrática e tornou-se militante, em 1940, do Partido Comunista Português, ações determinantes para as suas atividades. Em 1945 realiza um plano para a organização estatal da música, publicado em 1989, que vai ao encontro das desejadas mudanças políticas para a altura. Simultaneamente, inicia a composição das Canções Heróicas, músicas de intervenção. Mesmo não as tendo interpretado publicamente, pela proibição devido ao seu carácter intervencionista, continuou a compô-las até e após 1974.

 

25 abril

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