Mulheres da UC na Ciência: Ana Rosa Jaqueira

Ana Rosa Jaqueira é professora e investigadora da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da UC e dedica-se a Jogos de Recreação, Lutas Tradicionais e Capoeira. É a convidada de maio da rubrica Mulheres da UC na Ciência.

MC
Marta Costa
AB
Ana Bartolomeu
06 maio, 2024≈ 3 mins de leitura

© UC l Ana Bartolomeu

Começou o percurso académico em Minas Gerais, no Brasil, mas é em Coimbra que faz o Doutoramento e dá, atualmente, aulas. Praticante de capoeira, também já integrou grupos de dança contemporânea, e vê a atividade física como parte fundamental do seu caminho. Ana Rosa Jaqueira é docente e investigadora na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra (FCDEFUC), e é na área de recreação e lazer que “joga”.

Inicialmente, tinha dúvidas entre a Educação Física e a Psicologia. Hoje, sente que acabou por juntar as duas áreas pois, através dos jogos tradicionais, utiliza as competências e as emoções que se traduzem depois na sociedade. Ana Rosa Jaqueira defende que “os jogos têm regras que se podem adaptar ao nosso grupo, ao nosso contexto e aos materiais que temos”. São os comportamentos que se identificam em contexto de jogo que depois podem ser levados do pavilhão para fora, acredita a investigadora. “No jogo tradicional, os árbitros são os próprios jogadores, que aceitam e vão cumprir as regras, que se organizam, comunicam e chegam a um consenso”, sublinha.

Garante que o jogo tradicional pode ser visto como ferramenta do ensino, e é isso que se pretende com o projeto Eramus+ GAMES PLUS: traditional games for learning to teach, que une Espanha, Portugal e Croácia.. Atualmente, Ana Rosa Jaqueira acredita que "as pessoas têm começado a prestar atenção ao jogo tradicional e a ultrapassar preconceitos". Hoje, é visto "como elemento ativo na educação física e no desporto". "A abordagem cultural é muito relevante no âmbito do jogo", acrescenta a investigadora.

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Sou investigadora dos Jogos Tradicionais, e dos conteúdos que encerram, principalmente no que diz respeito às pessoas, ao seu bem-estar relacional e geral. Sou, portanto, investigadora da diversidade e dos desafios que ela propõe, para além do clichê do motor, do físico, que é importante, mas que não resume este todo sistémico e indivisível.

Licenciada em Educação Física e Desportos, Mestre em Psicologia do Desporto na área do Treinamento Desportivo no Brasil, doutora nas Ciências da Atividade Física pela UC. Atribuo à minha formação bastante eclética no âmbito da licenciatura, às minhas experiências pessoais no âmbito da dança, da Capoeira e do desporto, e ao apoio de algumas pessoas especiais o chegar a experimentar a ciência de uma forma muito singular.

O meu laboratório é impregnado por emoções de todas as qualidades, pois é impregnado por pessoas em movimento, pela energia que emanam, pelo contágio emocional que proporcionam. O meu laboratório está onde estiverem os jogadores e dentro de nós. A componente física é essencial, mas não terminal. A aceitação do pacto lúdico é um ato democrático e de vida, de coragem em deixar caírem as máscaras e sermos nós mesmos.

“- Professora, o que vamos jogar hoje?”. Esta é a senha para vivermos a teoria na prática dos jogos tradicionais. A teoria prática que se iniciou na unidade curricular Cineantropologia, que pode variar em Recreação e Jogos, e em Organização das Atividades de Lazer, disciplinas que compõem um corpo de conhecimento essencialmente diverso, e que no caso, apenas pode ser encontrado na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da UC.

Por falar em ciência, neste contexto faço abordagens multidisciplinares ao movimento humano na expressão dos Jogos Tradicionais e da Capoeira. No momento lidero um Projeto Eramus+ denominado GAMES PLUS: traditional games for learning to teach.