Marta Mestre e Ángel Calvo Ulloa são os curadores da edição 2024 da bienal anozero

Ragnar Kjartansson em Solo Show no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova em abril de 2023.

22 fevereiro, 2023≈ 3 mins de leitura

O anozero — Bienal de Coimbra — anunciou hoje na ArCo (Feira de Arte Contemporânea de Madrid) os dois curadores da edição de 2024. Uma portuguesa — Marta Mestre — e um espanhol — Ángel Calvo Ulloa são os nomes escolhidos para a 5.ª edição da mostra de arte contemporânea.

A partir de uma linha de trabalho ancorada na frase «o mundo eclode e colapsa, simultaneamente, em vários lugares», os dois curadores vão montar o programa da Bienal que acontece entre 6 de abril e 30 de junho de 2024. O tema da Bienal e a lista de artistas vão ser conhecidos no próximo mês de setembro.

Antes disso e como acontece nos anos em que não se realiza Bienal, o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova vai receber um Solo Show. A partir de 14 de abril de 2023, o islandês Ragnar Kjartansson propõe como tema «Não sofra mais». Um dos destaques da exposição é «The Visitors»— considerada pelo jornal britânico The Guardian como a melhor obra de arte do século XXI. Entre outras obras, Ragnar Kjartansson traz o registo de uma performance de seis horas com a banda The National em que são interpretadas várias versões do tema Sorrow.

O Anozero - Bienal de Coimbra é uma iniciativa proposta em 2015 pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, organizada com a Universidade de Coimbra e com a Câmara Municipal de Coimbra, que assume como objetivo primordial promover uma reflexão quanto à circunstância da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial da UNESCO. A Bienal propõe um confronto entre arte contemporânea e património, explorando os riscos e as múltiplas possibilidades associadas a este património cultural. O Anozero é, portanto, um programa de ação para a cidade que, através de um questionamento sistemático sobre o território em que se inscreve, poderá contribuir para a construção de uma época cultural atuante e transformadora.

Sobre os curadores da anozero — Bienal de Coimbra 2024


Marta Mestre (Beja, Portugal, 1980) foi curadora no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, no Museu de Arte Moderna e na Escola de Arte do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Como curadora e crítica de arte desde 2005, tem organizado exposições individuais e coletivas em diversos países. Atualmente é diretora artística do Centro Internacional José de Guimarães/CIAGG, em Guimarães. Entre os projetos mais recentes estão: «Desvairar 22» (2022) e «Farsa» (2019) no SESC-São Paulo (São Paulo); «Philippe Van Snick: Dynamic Projec» (2022) no S.M.A.K. (Gante), «Alto Nível Baixo» (2019) na Galeria Zé dos Bois (Lisboa).

Já o curador independente e pesquisador em arte contemporânea, Ángel Calvo Ulloa (Galiza, 1984) tem, nos últimos anos, vivido entre Espanha e Brasil. É co-autor do livro «Desde lo curatorial. Conversaciones, experiencias y afectos» (Consonni, 2020) e, como curador desde 2011, tem organizado exposições individuais e coletivas. Os projectos mais recentes «Anidar en el gesto: Unas estanterías de Alberto» (2022) na Fundación Cerezales Antonino y Cinia (León); «adios/volverán» (2022), em co-curaduria com Pedro G. Romero, na Casa de Iberoamérica (Cádiz), «Complexo Colosso» (2021) no CIAJG (Guimarães); ou «Antonio Ballester Moreno. Autoconstrucción. Piezas sueltas. Juego y experiencia» (2021) no museu Artium (Vitoria-Gasteiz). Ambos os curadores são formados em História da Arte e têm uma relação forte com o Brasil.

Imagens e biografias dos curadores da Bienal de Arte Contemporânea 2024: https://geral.anozero-bienaldecoimbra.pt/anozero24/

Sobre Ragnar Kjartansson


Ragnar Kjartansson nasceu em 1976 em Reiquiavique, cidade onde vive e trabalha. No seu trabalho envolve vários meios artísticos, criando instalações de vídeo, performances, desenhos e pinturas que se baseiam em inúmeras referências históricas e culturais. Um pathos e uma ironia subjacentes conectam as suas obras, cada uma profundamente influenciada pela comédia e tragédia do teatro clássico. O artista confunde as distinções entre meios, abordando a sua prática de pintura como performance, comparando os seus filmes a pinturas e as suas performances a esculturas. Por toda a parte, Kjartansson transmite um interesse pela beleza e a sua banalidade, usando a performance repetitiva e duradoura como uma forma de exploração.

As suas principais exposições individuais incluem locais como o Kunstmuseum Stuttgart; Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque; Museu de Arte de Reiquiavique; Barbican Centre, Londres; Hirshhorn Museum and Sculpture Park, Washington D.C.; Musée d’art contemporain de Montréal; Palais de Tokyo, Paris; The Museum of Modern Art, Nova Iorque; Migros Museum für Gegenwartskunst, Zurique; Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim; Instituto de Arte Contemporânea, Boston; e Carnegie Museum of Art, Pittsburgh; Museum De Pont, Tilburg, de entre outros. Kjartansson participou do The Encyclopedic Palace na Bienal de Veneza em 2013; Manifesta 10 em São Petersburgo, em 2014; e representou a Islândia na Bienal de Veneza de 2009. O artista recebeu o Prémio Ars Fennica de 2019, o Prémio Derek Williams Trust Purchase Artes Mundi de 2015 e o Prémio Malcolm McLaren de Performa de 2011.

Imagens da obra de Ragnar Kjartansson: https://geral.anozero-bienaldecoimbra.pt/anozero-solo-show23-press-kit/

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