Cientista da UC participa em estudo internacional que analisa a evolução de mortes por infeções respiratórias frequentes em 30 anos

O estudo, publicado na revista científica "The Lancet Infectious Diseases", aponta também caminhos para diminuir o número de óbitos causados por estas patologias.

17 abril, 2024≈ 3 mins de leitura

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Uma investigadora da Universidade de Coimbra (UC) participou num estudo internacional publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, da prestigiada The Lancet, que analisou a mortalidade por infeções respiratórias frequentes nas últimas três décadas, apontando caminhos para diminuir o número de óbitos causados por estas patologias.

O estudo – intitulado Global, regional, and national incidence and mortality burden of non-COVID-19 lower respiratory infections and aetiologies, 1990–2021: a systematic analysis from the Global Burden of Disease Study 2021 – contou com a participação de Mónica Rodrigues, investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da UC.

Neste trabalho, os cientistas apontam que “foram feitos progressos substanciais na redução da mortalidade causada por doenças respiratórias frequentes, mas, no entanto, estas patologias continuam a ter um impacto elevado em países com menor rendimento”, explica Mónica Rodrigues.

Sobre as faixas etárias mais afetadas por estas doenças, a investigadora avança que “o estudo mostra um declínio acentuado na mortalidade em crianças com menos de 5 anos de idade entre 1990 e 2021, embora nenhuma diminuição substancial tenha sido observada em adultos com 70 anos ou mais anos de idade. “O progresso na diminuição da mortalidade de crianças pode ser atribuído, por exemplo, à vacinação”, acrescenta.

No âmbito do impacto das vacinas na diminuição da mortalidade, a investigação sublinha que “o acesso às vacinas continua a ser um grande desafio em muitos países”, afirma Mónica Rodrigues. A par da vacinação, “a minimização da exposição a fatores de risco, como o tabagismo e a poluição do ar, é também assinalada no estudo para reduzir os impactos das doenças respiratórias frequentes, assim como a produção de novas terapias e vacinas, a aposta na investigação, a gestão de antibióticos e o investimento em tecnologias de diagnóstico para melhorar a especificidade e a precisão das terapias”, acrescenta a investigadora da UC.

A investigação sublinha ainda que “apesar do declínio na incidência durante a pandemia de COVID-19, estas doenças continuam a ser uma causa significativa de mortalidade em todo o mundo”, remata Mónica Rodrigues.

O artigo científico está disponível aqui.