Caminhos do Cinema Português quer aumentar reputação externa

O festival decorre entre 10 e 18 de novembro e conta com um total de 156 filmes, 80 sessões e 87 horas de programação.

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Maria Cano
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Marta Costa
08 novembro, 2023≈ 2 mins de leitura

© UC | Marta Costa

"Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança". O primeiro filme da história do cinema português foi filmado no Porto em 1896. Dura cerca de um minuto, é um filme mudo e a preto e branco. Mais de 100 anos volvidos, a sétima arte continua a mostrar a sua mestria. Exemplo disso é a XXIX edição do Caminhos do Cinema Português.

Com quase 30 anos de história, o festival quer expandir-se cá dentro e aumentar a sua reputação lá fora. Na presente edição, há uma antecipação do próximo triénio, sendo que até ao final de 2027 a organização quer “estar em mais concelhos". Em 2023, para além de Coimbra, vai haver exibição de filmes na Mealhada (Cine-Teatro Messias) e Penacova (Auditório Municipal de Penacova). Procurou-se "também afirmar a internacionalização do cinema português, tendo pela primeira vez um júri constituído pela FIPRESCI, que é a Federação Internacional de Críticos de Cinema”, explica um dos responsáveis do festival, Tiago Santos.

Com filmes para todos os gostos, a sessão de abertura decorre a 10 de novembro no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV) com a exibição de quatro filmes representativos da cultura popular portuguesa, acompanhados e reinterpretados por Ana Lua Caiano. A entrega de prémios marca o encerramento do festival, a 18 de novembro, no Convento São Francisco, em Coimbra.

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A mostra cinematográfica conta com três mostras principais inseridas em três secções competitivas - Caminhos, Ensaios e Outros Olhares. Na secção Caminhos encontram-se “os principais protagonistas do cinema português e vão estar em antestreia «Bann» de Leonor Teles, «O Bêbado» de André Marques ou «A Alma Anciana», um documentário que mostra muito daquilo que é a dificuldade de chegarmos à terceira idade”, conta Tiago Santos. Na mesma secção competitiva encontra-se ainda cinema de animação e curtas-metragens, esclarece Tiago Santos.

Já nos Ensaios decorre a competição internacional, com filmes oriundos da academia nacional e internacional. Outros Olhares leva o público para o “grande cunho experimentalista e reflexivo” que caracteriza o cinema português. O responsável dá os exemplos de “Sombras Brancas”, de José Cardoso Pires, “que alude sobre as dificuldades que é criar”, e da reflexão de Leonor Areal “sobre as dificuldades de perceber onde é que está Pessoa” nos sete segundos que existem gravados do poeta em movimento.

“Há ainda uma clara aposta do festival naquilo que é a formação de públicos, que é tão importante para combater a baixa quota de espectadores para o cinema português”, refere Tiago Santos. Assim, o festival apresenta filmes direcionados para o pré-escolar, primeiro ciclo e jovens. Em contexto escolar, os mais novos podem participar no Caminhos Juniores ou no Caminhos Juvenis.

Quem quiser assistir ao “melhor do cinema português deste ano”, de acordo com Tiago Santos, pode consultar o programa em https://www.caminhos.info/

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