Oradores/as

Sustentabilidade, competitividade e inovação em contexto de alterações climáticas - o contributo da ciência para a valorização do setor agroalimentar, estruturante nos territórios do interior

Professora Coordenadora Principal na área da Bioquímica; Foi Vice-presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Diretora do Centro de Investigação de Montanha e Mentora do Laboratório Colaborativo MORE - Montanhas de Investigação; É uma das investigadoras mais citadas do mundo (top 1%), tendo sido distinguida nos últimos 7 anos no índice Essential Science Indicators; Recebeu numerosos prémios; Em 2019 recebeu da Comissão Europeia o prémio Europeu de Inovação Social; Coordenou o Conselho Científico de Ciências Naturais e do Ambiente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e integrou o Conselho Consultivo da Fundação de Ciência - Flanders (FWO - Bélgica). Foi Editora-Chefe da Antioxidants, Editora Associada da Food & Function e da Coleção Bioactive Compounds da revista Molecules, e integrou o corpo editorial da Food and Chemical Toxicology, Industrial Crops and Products e Advances in Food and Nutrition Research; Atualmente desempenha o cargo de Secretária de Estado da Valorização do Interior do XXII Governo Constitucional.

Antártida: Podem os pinguins dar-nos respostas sobre o impacto das alterações climáticas?

José Xavier (Doutorado pela Universidade de Cambridge) é professor da Universidade de Coimbra e Honorary Fellow da British Antarctic Survey (Cambridge), colaborando com colegas de mais de 20 Países. Desde 1997, José estuda o comportamento de predadores de topo (Ex. pinguins, albatrozes, focas) no Oceano Antártico em relação às alterações climáticas. José é o chefe da Delegação das Reuniões Consultivas do Tratado da Antártida e em vários comités da Scientific Committee for Antarctic Research, e parte do comité executivo de vários programas científicos internacionais. José foi o mais jovem cientista a receber o prémio internacional Marta T. Muse pelo seu trabalho de excelência na ciência e política da Antártida. José é também coordenador de projetos relacionados com educação, e foi um dos vencedores da competição de ensaios da revista New Scientist e da British Foundation Wellcome Trust.

Influência do ambiente na Saúde reprodutiva

A investigação do Doutor Watkins é focada no estudo de factores que afectam o processo de reprodução e desenvolvimento inicial e que têm impacto a longo prazo na saúde dos descendentes. O Doutor Watkins desenvolveu o seu trabalho de doutoramento e pós-doutoramento no laboratório do Doutor Tom Fleming, na Universidade de Southampton, durante o qual investigou o impacto da cultura de embriões de murganhos e da dieta materna na saúde, a longo prazo, do adulto. Em 2011, o Doutor Watkins recebeu uma Bolsa de Investigação Avançada da Universidade de Nottingham, com a qual iniciou a sua investigação sobre o papel da nutrição paterna na qualidade do esperma e na saúde cardiovascular e metabólica dos murganhos descendentes adultos. O Doutor Watkins recebeu, também, uma Bolsa de Investigação da Universidade de Aston onde continuou com o seu trabalho em programação paterna, definindo a ligação entre os mecanismos específicos do esperma e do líquido seminal com a dieta paterna, e, por sua vez, o impacto desta ligação na saúde dos descendentes. Em 2017, o Doutor Watkins regressou à Universidade de Nottingham como Professor Assistente, onde continua a sua investigação sobre a influência da dieta paterna no estado epigenético do esperma, no desenvolvimento do embrião pré-implantado, no crescimento fetal e na saúde dos descendentes.

SARS-CoV-2 e COVID-19: Conhecimento básico sobre uma doença nova

Professor Thomas Efferth é o Diretor do Departamento de Biologia Farmacêutica do Instituto de Farmácia e Bioquímica da Universidade Johannes Gutenberg em Mainz, Alemanha e biólogo de formação (Universidade Técnica de Darmstadt, Alemanha). Dr Efferth recebeu vários prémios, nomeadamente o prémio Medicina da Associação da Alemanha Sudoeste (1991), o prémio Willmar-Schwabe da Sociedade Alemã para Investigação em Plantas Medicinais (2006), a Medalha de Cidadão da cidade de Heidelberg na Alemanha (2008), o prémio CESAR para oncologia translacional (2011), o prémio SCENTEDdrop em plantas frontais e medicinais (2015), o prémio Internacional Qihuang da Associação Chinesa para Medicina Chinesa (2017). Membro da Academia Mundial de Ciências desde 2018. Em 2020 foi distinguido no top 2% do “Stanford University Citation Ranking” para todas as áreas científicas. Em 2009 tornou-se Professor Catedrático de Biologia Farmacêutica da Universidade Johannes Gutenberg, Mainz, sendo Professor Honorário da Universidade Northeast Forestry em Harbin e da Universidade Médica Zhejiang em Hangzhou na China. Professor convidado na Universidade de Ciência e Tecnologia Zhejiang em Hangzhou na China e Professor adjunto honorário na Universidade Chinesa de Hong Kong. Dr Efferth tem 8 patentes e publicou 700 artigos em revistas com revisão de pares nas áreas de oncologia, farmacologia e produtos naturais e publicou um livro em “Molecular Pharmacology and Toxicology” (Springer Publisher; 2006). A investigação do Dr. Efferth foca-se nas áreas de farmacologia, oncobiologia, farmacologia de rede para design de novos fármacos, produtos naturais e, mais recentemente, também em COVID-19. Um dos principais tópicos da sua investigação consiste na pesquisa de novas moléculas obtidas a partir de produtos naturais; biologia de sistemas e abordagens bioinformáticas para descobrir os mecanismos de acção de compostos naturais e sintéticos com atividade contra tumores resistentes aos fármacos e agentes infecciosos (investigação fundamental); e biomarcadores preditivos e de prognóstico para medicina personalizada (investigação translacional).

MAREFOZ elemento ativo na transferência de conhecimento e no desenvolvimento económico

Licenciado em Biologia na Universidade de Lisboa, em 1980, e doutorou-se em Ecologia pela Universidade de Coimbra, em 1989. Foi Presidente do IMAR – Instituto do Mar (Portugal) de 1997 a 2006, e Vice-Reitor para a Investigação Científica da Universidade de Coimbra, de 2003 a 2007. É presentemente Diretor do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente. Especializado em Biologia e Ecologia Marinhas, tem desenvolvido investigação sobre processos biológicos e ecológicos em sistemas marinhos, ecologia de sistemas e modelação ecológica. Desde 1990, foi coordenador geral de 18 projetos de investigação científica, financiados a nível nacional e no quadro de Programas da União Europeia. Foi, até à data, autor ou coautor de mais de mais de 300 artigos científicos em revistas internacionais, 7 livros e 24 capítulos de livros (edições internacionais), e orientou 51 teses de Mestrado e 34 Dissertações de Doutoramento, concluídas com êxito, em Portugal e no estrangeiro. Recebeu em 2017 o Prigogine Gold Medal Award, Wessex Institute of Technology (UK) and University of Siena (Italy). É Editor Chefe das revistas internacionais Ecological Indicators e Environmental and Sustainability Indicators.

Metilmercúrio e Neurodegeneração: O que podemos aprender com os vermes?

Professor Catedrático de Farmacologia Molecular, Neurociências, Pediatria, Albert Einstein College of Medicine, NY e Membro do Centro de Excelência Nathan Shock em Biologia Básica do Envelhecimento. Estuda a interação entre a genética e o meio ambiente no desenvolvimento de doenças durante o desenvolvimento e a senescência do SNC, e a captação e distribuição de metais no cérebro. A sua investigação está focada nos mecanismos de transporte de metilmercúrio (MeHg) e manganês (Mn) através dos capilares que compõem a barreira hematoencefálica (BBB), bem como nos mecanismos celulares e moleculares de neurotoxicidade. Com ampla experiência em modelos in vivo e in vitro da BBB, testou o transporte de metais para o cérebro, incluindo urânio, no âmbito de um programa financiado pelo DoD. Os seus estudos abordam mecanismos básicos em vários modelos experimentais (C. elegans, cultura de tecidos e roedores), destinados a (i) aumentar a compreensão das influências genéticas na saúde especialmente em doenças neurológicas; (ii) aumentar o conhecimento das vias envolvidas em neurotoxicidade, bem como o impacto na neurodegeneração; (iii) desenvolver e otimizar modelos de investigação para ciências ambientais e biologia; e (iv) usar tóxicos ambientais para compreender os mecanismos básicos da neurobiologia. Nas últimas 3 décadas, a investigação de Michael Aschner levou a (1) uma nova visão mecanística sobre a neurodegeneração induzida por metais; (2) à identificação de alvos para modulação genética ou farmacológica de doenças neurodegenerativas; (3) um conhecimento profundo das vias envolvidas no stress oxidativo induzido pelo cérebro; (4) ao desenvolvimento de modelos de investigação otimizados para doenças humanas usando o conhecimento das ciências ambientais. Coordenou vários projetos NIH e EPA, é/foi Editor e Editor Associado de >22 revistas científicas, publicou >800 artigos (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=aschner+m) com > 49.000 citações e tem índice h de 103 (Google Scholar).

Personalidade e pandemia(s)

Ana Telma é psicóloga. Trabalha como Investigadora Auxiliar no Instituto de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, onde também colabora com a docência de diversas unidades curriculares de cursos de pré e pós-graduação. A sua investigação incide no papel da personalidade na (des)regulação emocional e perturbação psicológica, com enfoque na saúde mental da mulher, perturbações afetivas (perinatais), perturbações do comportamento alimentar e outras do espectro obsessivo-compulsivo. Nestas áreas tem desenvolvido e/ou validado diversos instrumentos de avaliação psicológica. Recentemente, passei a dedicar-me também ao burnout, principalmente em estudantes e profissionais de medicina. Como psicóloga clínica numa faculdade de medicina, já há alguns anos afirma que faz todo o sentido dirigir uma via de investigação para tentar diminuir este problema de saúde pública e social. Entretanto, a pandemia de COVID-19 veio reforçar esta motivação. Recentemente publicou um artigo que despertou grande interesse, tanto na academia como na comunicação social, por ter sido o primeiro trabalho a demonstrar o impacto do perfeccionismo nas reacções psicológicas à COVID-19. Falará sobre isto e sobre outros resultados que tem obtido no âmbito do projecto de investigação no qual este estudo se insere, como por exemplo os que evidenciam a importância da empatia e do altruísmo em tempos de pandemia.

A Sofia Carlton é a Business Development Manager na Evelo Biosciences. Antes de se juntar à equipa de BD em Junho de 2021, era Cientista Sénior na mesma empresa, onde coordenou os ensaios pré-clínicos de identificação de novos fármacos para o tratamento de doenças metabólicas, uma nova área terapêutica para a empresa. Antes de ingressar na Evelo, desenvolveu a sua tese de Doutoramento no Dana-Farber Cancer Institute, da Universidade de Medicina de Harvard, como aluna visitante da Universidade de Coimbra, e do Programa Doutoral BEB. Durante o seu doutoramento, a Sofia frequentou o curso de Comercialização e Inovação em Saúde de Harvard, no qual mais tarde exerceu a função de co-directora. Foi também estagiária na Harvard Biotech Incubator, onde desempenhou funções numa startup de Biotecnologia. Além disto, tem sido mentora de diversos programas, incluindo o Big Sister Boston, o STEM Hub for Industry Networking and Exchange, e o MassBay Community College STEM Mentoring Program.

Alexandre Gaspar Maia, PhD, studied Ciências do Meio Aquático at ICBAS, Universidade do Porto and did his internship with Prof. Leonor Teles Grilo in Molecular Genetics, while also working at Estação Litoral da Aguda with Prof. Mike Weber. He joined the PDBEB program in 2003, where he travelled to UCSF in San Francisco to work on his PhD thesis project in Chromatin regulation of embryonic stem cells, in the laboratory of Miguel Ramalho Santos. After completing his postdoctoral training with Emily Bernstein in Mount Sinai New York (2010-2017), he started his own research group at Mayo Clinic, Rochester Minnesota. His group has been working on various aspects of transcription and enhancer regulation with implications in cellular heterogeneity and drug resistance in cancer and cellular reprogramming. The goal is to use epigenomic profiling to better understand cancer programs associated with malignancy, metastasis and drug sensitivity and define transcriptional dependencies. He has received numerous awards, namely two postdoctoral fellowships from the USA Department of Defense (2011-2014) and New York Stem Cell Foundation (2014-2017), a C1 Award for Single-Cell analysis from Fluidigm (2016), an NIH Career Enhancement award from the Mayo Clinic Ovarian Cancer SPORE (2019-2020) and the Young Investigator DoD Ovarian Cancer Academy award (2021-2025). He has published numerous high impact papers in journals such as Nature, Cell Stem Cell, Cell Reports and Nature Communications amongst others, and has presented his work internationally in the US, Canada, Mexico, Germany, Spain, Portugal, Italy, Croatia, and Japan.