Investigadora da FCTUC distinguida com Prémio Maria de Sousa

SM
Sara Machado
14 novembro, 2022≈ 4 mins de leitura

Daniela Rodrigues, investigadora do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC)

© Cristina Pinto

Daniela Rodrigues, investigadora do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), é hoje distinguida com o Prémio Maria de Sousa, no valor de 30 mil euros, no âmbito do seu projeto UPSEE Health – Experiência sensorial dos espaços urbanos e o impacto na saúde.

Segundo a investigadora, este projeto pretende «expandir a compreensão de como os jovens são expostos, experimentam e interagem com os lugares urbanos, e de como é que essa experiência se associa ao seu estilo de vida e à sua saúde».

Para Daniela Rodrigues, ser uma das premiadas desta segunda edição do Prémio BIAL «significa não só um reconhecimento, por parte de colegas da área da Saúde, do trabalho que tenho desenvolvido nos últimos anos, nomeadamente sobre o papel do estilo de vida (ativo e sedentário) como determinante da obesidade infantil em Portugal, mas serve também como uma chamada de atenção para o papel da atividade física como uma estratégia para a prevenção e promoção de saúde».

Como tal, o UPSEE Health pretende analisar a experiência sensorial dos jovens adultos, por exemplo o bem-estar, felicidade, ansiedade ou stress, mas também os comportamentos de atividade física e sedentarismo dos mesmos ao longo do dia e, ainda, interpretar os padrões de variação na atividade física e sedentária de acordo com o ambiente, nomeadamente a experiência social, física, sensorial e emocional.

Neste novo estudo, Daniela Rodrigues escolheu como foco os jovens adultos, por duas principais razões, nomeadamente porque «estão num período crítico para a fixação de atitudes e comportamentos, que possivelmente estarão presentes na vida adulta», e também por existirem «poucos estudos sobre como os jovens experienciam e interagem com o ambiente ao seu redor».

Para a concretização do UPSEE Health será utilizado um novo método que concilia e analisa diversos fatores, designadamente um «Dispositivo Sensorial Móvel (MSD), que mede sinais vitais, localização, movimento/aceleração; uma aplicação móvel inovadora, que regista a experiência em lugares, local de nascimento, alimentação, exercícios, hábitos de sono; medidas antropométricas, como a estatura, o peso e a circunferência abdominal e ainda, uma análise das características do espaço, por exemplo elementos naturais, mobiliário urbano», explica a investigadora da FCTUC.

No final do projeto, que terá um estágio no Health Research Institute, da Universidade de Limerick, na Irlanda, a investigadora espera, em colaboração com outros colegas da área, «trazer uma reflexão sobre os efeitos dos ambientes urbanos no estilo de vida dos jovens. É fundamental que Portugal adote politicas de saúde mais focadas na promoção da saúde e prevenção da doença», alerta.

O Prémio Maria de Sousa, promovido pela Ordem dos Médicos e pela Fundação BIAL, visa galardoar e apoiar até cinco jovens investigadores científicos portugueses, com idade igual ou inferior a 35 anos, em projetos de investigação na área das Ciências da Saúde, incluindo obrigatoriamente um estágio num centro internacional de excelência.

Este galardão foi criado com o intuito de homenagear a médica e investigadora Maria de Sousa.

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