Francisco d'Ollanda - Exposição bibliográfica

16 janeiro, 2019≈ 3 mins de leitura

FHollanda

Francisco de Holanda corresponde ao ideal de abrangência enciclopédica do Renascimento europeu, tendo desenvolvido atividade como Pintor, Iluminador, Arquiteto, Miniaturista, Crítico e Historiador de arte.

Era filho do pintor e iluminador António de Holanda, de origem neerlandesa. Dele recebe os conhecimentos fundamentais de desenho e modelação.

Estudou Humanidades em Évora, onde contactou com nomes decisivos nessa área como foram André de Resende e Nicolau Clenardo, entre outros. Aí executou, desde logo, diversos trabalhos artísticos, com destaque para o Batismo do Espírito Santo, considerada como uma das suas melhores obras.

Beneficiando da política cultural de D. João III, que estimulou a presença de bolseiros portugueses nos maiores centros da cultura europeia da época, viaja para a Itália, onde permanece entre 1538-1540. Em Itália viria a frequentar a Escola de Miguel Ângelo Buonarroti, para além de ter convivido com outros grandes artistas do seu tempo. No seu regresso a Portugal, irá receber a proteção de vários mecenas, com destaque para o Cardeal D. Henrique e os reis D. João III e D. Sebastião.

O seu talento de pintor e o seu gosto pela Antiguidade estão bem patentes quer na série "Antiguidades de Itália" (1540-1547) quer naquele que viria a ser o seu tratado mais conhecido:  "Da  Pintura Antiga" (1548-1549).

Para além de ser autor de livros de desenhos particularmente interessantes como são "De Aetatibus Mundi Imagines" e "Antigualhas", a ele se deve também o primeiro ensaio sobre urbanismo na Península Ibérica, intitulado "Da fabrica que falece a cidade de Lisboa".

Em Portugal, o seu conhecimento verifica-se de forma relativamente tardia. A edição crítica “Da fabrica que falece à cidade de Lisboa” e da “Ciência do Desenho” - realizada por Joaquim de Vasconcelos e publicada pela Renascença Portuguesa, em 1879, constitui porventura um dos marcos mais importantes desse processo de recuperação, à escala nacional e internacional.

Para assinalar o quinto centenário do nascimento desta grande figura das culturas portuguesa e europeia, a Biblioteca Geral expõe algumas  das  suas obras,  conjuntamente com uma seleção de estudos que tratam da sua ampla e diversa atividade.

Biblioteca Geral | Sala do Catálogo | 16 de Janeiro a 22 de Fevereiro de 2019


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