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Episódio #9 - Centro de Línguas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

O ensino de línguas ao serviço da comunidade

Nos últimos quinze anos, o Centro de Línguas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra deu formação a cerca de 19 000 alunos/as, de proveniências e faixas etárias muito diversas. Criado em 2005, no seguimento de um novo plano estratégico para a Faculdade onde está sediado, o Centro tem como principal missão colocar o conhecimento multissecular e a experiência no ensino de línguas ao serviço de toda a comunidade. A oferta formativa é tão diversa como as motivações dos/as estudantes: seja para aprender japonês pelo fascínio pela cultura, seja para evoluir profissionalmente e publicar artigos científicos em inglês, seja para aprender alemão apenas pelo gosto pela aquisição de novos conhecimentos linguísticos ou para preencher o tempo livre, há lugar para todos/as neste espaço de formação da Universidade de Coimbra. Estivemos no Centro de Línguas para conhecer a oferta formativa, como também os diferentes percursos de docentes e estudantes que atualmente integram os cursos.

O Centro de Línguas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra foi criado em 2005 como um espaço de aprendizagem de línguas na Universidade de Coimbra (UC), que “procurou corresponder às solicitações da comunidade académica, designadamente no que diz respeito às necessidades sentidas na aquisição de competências linguísticas”, explica o diretor do Centro de Línguas, António Rebelo. Na casa onde nasceu e cresceu, a Faculdade de Letras (FLUC), “há uma longa tradição de ensino de línguas de vários países” e fez todo o sentido “utilizar esse património de saber para o rentabilizar ao serviço da comunidade”, conta a subdiretora, Rute Soares.

Desde a sua criação, o Centro procurou “corresponder a pedidos recebidos, sobretudo, de alunos/as que, por exemplo, pretendiam fazer Erasmus, procurar experiências lá fora, em países onde teriam pouco conhecimento linguístico das realidades locais” e também a pedidos de docentes, que “pretendiam fazer experiências externas e, sobretudo, apostar na internacionalização”, acrescenta António Rebelo. A internacionalização é um “fator dominante no Centro de Línguas”, sendo a mobilidade docente e estudantil “um dos principais motivos para a procura do Centro”, como também a aposta “em projetos e colaborações científicas internacionais”, sublinha o diretor. Mas no Centro há também espaço para outras motivações, como a vontade de “preencher tempo livre, por puro prazer e entretenimento”, por parte de um público mais velho, acrescenta. Perante a diversidade de motivações da comunidade, o Centro de Línguas tem construído a sua oferta formativa para apoiar os/as seus/suas estudantes na aquisição de conhecimentos linguísticos, como também culturais.

Atualmente, a aposta passa pelo ensino das “principais línguas europeias – alemão, espanhol, francês, italiano e inglês –, mas na oferta formativa existe ainda japonês e russo”, explica Rute Soares. Os vários cursos são ministrados por professores/as que são tipicamente falantes nativos das línguas que ensinam, e, em simultâneo, são também profissionais com grande experiência e com qualificação específica para ensinar línguas. O diretor e a subdiretora do Centro de Línguas destacam a elevada competência dos/as docentes, que é essencial para “satisfazer a qualidade que pretendemos para o Centro”.

Paz Candela é uma das professoras do Centro de Línguas, responsável pelo curso de Língua e Cultura Espanholas há cerca de três anos. Nas suas palavras, a missão deste curso passa por “criar um espaço onde as pessoas se sintam muito confortáveis, sendo quase uma reunião de amigos que se encontram para aprender uma língua”. Este registo próximo é destacado também por dois estudantes deste curso, João Pedro e Priscilla. O João Pedro é estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e escolheu aprender espanhol por ser uma “língua muito divertida de aprender”. E a Priscilla, aluna da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC, começou a aprender espanhol por ser uma língua “que expande as possibilidades profissionais”.

Com uma motivação diferente, mas também muito satisfeita com o ambiente de aprendizagem, Isabel Azevedo está há quatro anos a frequentar as atividades do Centro de Línguas. Já aprendeu italiano, passou pelo curso de japonês e está agora a frequentar o curso de Língua e Cultura Alemãs, pelo “gosto da aprendizagem da língua”. O docente do curso, Frank Leppert, ensina alemão há mais de trinta anos e está há doze no Centro de Línguas da FLUC. Pela sua sala de aula, já passaram estudantes que hoje estão na Alemanha a trabalhar. Os/As alunos/as chegam sempre com motivações diversas: porque “precisam de aprender a língua para o seu próprio curso”, porque “querem abrir caminhos profissionais no estrangeiro” e outros, tal como Isabel Azevedo, “pelo gosto de aprender a língua”.

Também foi o gosto pela aprendizagem que levou Maria Paula Marques, docente da UC, ao curso de Língua e Cultura Italianas. Considera o italiano “uma língua muito musical, muito bonita” e frequenta o curso porque gosta muito de “saber línguas estrangeiras para poder comunicar melhor com as pessoas”. Lorena DiFrancesco é a professora responsável por este curso. Há dez anos no Centro de Línguas, realça o gosto pelo seu trabalho e o grande “orgulho nos alunos que têm passado nas aulas de italiano” para aprender a sua língua e a sua cultura.

No curso de Língua e Cultura Japonesas, a aprendizagem dos/as estudantes acontece dentro e fora da sala de aula. Ayano Shinzato ensina japonês há mais de vinte anos e organiza “convívios entre alunos portugueses e japoneses” para praticarem as duas línguas, num registo livre. E é esse sentido de liberdade que aplica nas suas aulas, estimulando os/as estudantes “a falar sem medo” uma “língua difícil”. Rafael Lopes Delgado, que estuda Línguas, Literaturas e Culturas em Lisboa, encontrou neste curso o lugar ideal para dar “um pequeno passo para seguir o sonho” de trabalhar no Japão. Desde criança que o Japão lhe desperta muita curiosidade, tendo encontrado no Centro de Línguas um espaço para aprender mais sobre a língua e cultura do país onde sonha viver.

Este fascínio por uma língua foi também um dos motivos que trouxe Catarina Oliveira, estudante de Engenharia e Gestão Industrial na Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, ao curso de nível avançado de Inglês do Quotidiano. Destaca que ter ingressado na formação foi “uma decisão incrível, porque as aulas correspondem às expectativas”. Duarte, estudante do doutoramento em Biociências na Universidade de Coimbra, chegou ao curso porque na sua área “é necessário dominar o inglês” e a frequência das aulas tem ajudado muito o seu trabalho. Scott Culp, que trabalha há cinco anos no Centro de Línguas, é docente deste curso de nível avançado, que aposta na “prática, treino e conversação”, abordando nas aulas “temas interessantes, contemporâneos, que se usam no dia a dia, não só para turismo e viagens, mas para a vida profissional”.

Os cursos lecionados pela equipa do Centro de Línguas contam com vários níveis, com diferentes graus de dificuldade no domínio das diferentes línguas, “que estão configurados de acordo com o Quadro Europeu de Referência para as Línguas”, explica a subdiretora. A esta vasta oferta, juntam-se ainda cursos para fins específicos, como cursos mais orientados para a conversação, um laboratório para a prática da língua italiana ou cursos para fins académicos.

O curso de Inglês para Fins Académicos é um dos exemplos das formações com finalidade específica oferecidas pelo Centro de Línguas. Foi pensado para “ajudar investigadores, estudantes e professores que escrevem trabalhos académicos”, nomeadamente para “saberem estruturar os trabalhos, ter um estilo mais académico, transmitir as ideias para o público e publicar artigos”, explica Michelle Amado, docente do curso. Ana Miguéis, que trabalha atualmente na Biblioteca Geral da UC, está há três anos a frequentar cursos de inglês no Centro. Na sua perspetiva, esta experiência tem sido muito interessante e muito boa para melhorar os conhecimentos sobre a língua inglesa, especialmente para “ganhar confiança e começar a publicar artigos em inglês”. Como a Ana estabelece muitos contactos com colegas estrangeiros/as e precisa de escrever muito em inglês, o curso de Inglês para Fins Académicos tem “ajudado a desenvolver a atividade profissional”. A utilidade deste curso para o percurso profissional é também partilhada por Liliana Duarte, estudante de doutoramento na Universidade de Coimbra, que frequenta também a formação, em que, por exemplo, tem aprendido “bastantes técnicas e estratégias para construir um texto de forma mais célere”.

Com motivações distintas, os percursos dos/as alunos/as do Centro de Línguas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra têm em comum a vontade de aprender uma nova língua. E este processo de aprendizagem é também importante “do ponto de vista cognitivo”, ajudando “a memória, o controlo sobre atenção e a capacidade performativa na solução de problemas”, como explica o subdiretor do Centro, Alberto Sismondini. É como uma “ginástica para a mente”, sublinha. Dentro das vantagens da aprendizagem de uma nova língua, o subdiretor salienta ainda a forma como se vive a experiência turística: “uma viagem cultural implica sair da gaiola dourada que geralmente é reservada aos turistas” e “o conhecimento de uma língua enriquece a própria viagem”.

Seja pela progressão na carreira, pela curiosidade em torno de outras culturas ou pela internacionalização de investigações e projetos em curso, a oferta formativa do Centro de Línguas contribui para todas estas motivações. Neste espaço ímpar de aprendizagem, qualquer pessoa com mais de 16 anos, de dentro ou de fora da comunidade UC, pode frequentar os cursos lecionados independentemente da motivação para a aprendizagem ou do nível de conhecimentos da língua que se pretende aprender.

Assista ao vídeo sobre o Centro de Línguas da Faculdade de Letras da UC:

Alguns dados sobre o Centro de Línguas


Cursos

  • Língua e Cultura Alemãs (I, II, III, IV, V, VI)
  • Língua e Cultura Espanholas (I, II, III, IV, V e VI)
  • Língua e Cultura Francesas (I, II, III e IV)
  • Língua e Cultura Italianas (I, II, III e IV)
  • Língua e Cultura Japonesas (I, II, III, IV, V e VI)
  • Língua e Cultura Russa (I e II)
  • Inglês para Principiantes A1
  • Inglês do Quotidiano, nível Elementar I e II
  • Inglês do Quotidiano, nível Pré-intermédio I e II
  • Inglês do Quotidiano, nível Intermédio I e II
  • Inglês do Quotidiano, nível Pós-intermédio I e II
  • Inglês do Quotidiano, nível Avançado I e II

Além destes níveis, organizados segundo os princípios do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, asseguram-se ainda:

  • Francês para Fins Académicos
  • Inglês para Fins Académicos I e II
  • Laboratório de Italiano I e II

Fases de candidatura

1.º semestre: 1.ª e 2.ª fases de candidaturas; 2.º semestre: 3.ª e fase extraordinária de candidaturas


Contacto para informações e inscrições: cl@fl.uc.pt; 239 41 00 75


Website: www.uc.pt/fluc/cl


Candidaturas e matrículas: https://inforestudante.uc.pt/


Outras informações

- Cursos abertos a qualquer pessoa, desde que maior de 16 anos.

- Nos cursos de iniciação não são exigidos conhecimentos prévios da língua. Nos cursos de níveis superiores, os/as candidatos/as devem apresentar certificação ou realizar um teste de aferição que demonstre os conhecimentos linguísticos.

- Os cursos são semestrais, com aulas presenciais duas vezes por semana, em horário pós-laboral.

Produção e Edição de Conteúdos: Catarina Ribeiro e Inês Coelho, DCOM

Imagem e Edição de Vídeo: Marta Costa, DCOM

Edição de Imagem: Sara Baptista, NMAR

Publicado a 23.12.2021