Quando Tocar É Uma Forma de Olhar…

… descobrimos que há um outro mundo, invisível, das plantas.

AT

Ana Cristina Tavares

Jardim Botânico da Universidade de Coimbra

A educação em jardins botânicos reveste-se de uma imensa relevância enquanto meio privilegiado para o conhecimento da botânica, das ciências da vida e do mundo atual, globalizado, devendo estar devidamente formatada e ser efetiva, primando por ser integradora e acessível a todos os cidadãos.

Os jardins são espaços singulares, onde a nossa condição de seres vivos naturalmente se enquadra, conjuga e completa, de um modo imediato, com o meio envolvente. São, por isso, locais onde nos sentimos bem, ideais para nos manifestarmos das mais variadas formas: passeando, investigando, estudando, aprendendo, refletindo… São locais enriquecedores, que importa conhecer.

Os Jardins Botânicos são realmente especiais porque têm tudo o que existe em qualquer jardim e são ainda centros importantes de educação, ciência, recursos e aprendizagens. São lugares únicos: é desperdício deles não usufruir.

Os Jardins Históricos, feitos com o tempo, são jardins “amadurecidos”, ricos nas formas e conteúdo, somatório de coleções de plantas e das experiências e ações do Homem. Constituem um interessante elo de ligação entre o passado, pelas marcas e registos, e o futuro, na previsão e prevenção.

O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra é tudo isto: um património inestimável, que é preciso conhecer e interpretar, para poder usufruir, promover e preservar.

Para o verdadeiro conhecimento e contacto com as plantas, nada melhor que usar os sentidos: para apre(e)nder a Natureza através das sensações, vamos… abraçar as árvores? Sentir a textura dos troncos, saborear algum fruto, perceber o que se ouve junto a uma árvore, cheirar as folhas perfumadas, perceber a diversidade… (Figura 1).

Que tal descobrir e conhecer as características e as curiosidades de espécies originárias de todo o mundo! Perfeito no Jardim Botânico, um circuito de 8 árvores: plátano (Europa), ginkgo-biloba (China), sequoia (Califórnia), cedro (Himalias), araucária (Áustrália), tília (Europa), eucalipto-citriodora (Áustrália), figueira-estranguladora (Áustrália)… memorizar notas, reconhecer as folhas, flores, frutos ou pinhas, diferentes grupos vegetais, informações que “colhemos” durante o percurso no jardim (Figuras 2 e 3).

Experimente vivenciar o jardim botânico e os seus recantos e encantos, em percursos e oportunidades, para todos. Interagir com as plantas e suas particularidades, em experiências únicas, convívio, partilha e novas descobertas, sentindo a Natureza, num Ambiente e propósito de Educação para todos, bem patente, forte e que dispensa comentários, no registo seguinte.