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Camila Aline Zanon

Camila Aline Zanon

Investigadora visitante no Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos (CECH) na Universidade de Coimbra com bolsa Capes, com o projeto “Crises (staseis) e mudanças (metabolai): a democracia ateniense na contemporaneidade” (CAPES/FCT) coordenado pelos Professores Doutores Breno Battistin Sebastiani (Universidade de São Paulo) e Delfim Leão (Universidade de Coimbra).

Bacharel em Letras - grego (2004), mestre em Arqueologia (2009/Capes) e Doutora em Letras Clássicas (2016/Fapesp), com pós-doutoramento (2017-2021/Fapesp) pela Universidade de São Paulo.

Realizou dois estágios de pesquisa na Universidade de Oxford sob supervisão do Professor Adrian Kelly, a nível doutoral (2015-2016/Capes) e outro a nível pós-doutoral (2018-2019/Fapesp).

A sua tese de doutoramento recebeu o Prémio Tese Destaque USP 2017 – Grande Área de Linguística, Letras e Artes, pela Universidade de São Paulo, e foi publicada com financiamento da Fapesp sob o título Onde vivem os monstros: criaturas prodigiosas na poesia de Homero e Hesíodo (São Paulo: Humanitas, 2018).

Faz parte desde 2009 do Laboratório de Estudos do Mediterrâneo Antigo (LEIR/MA-USP), coordenado pelo Professor Norberto Luiz Guarinello, e atua em diversos grupos de pesquisa, entre os quais estão “Gêneros poéticos na Grécia Antiga: tradição e contexto”, coordenado pelo Professor Doutor Christian Werner (USP), e “Democracia: discursos gregos, desafios atuais”, coordenado pelo Professor Doutor Breno Battistin Sebastiani (USP).

Tem-se dedicado ao tema da monstruosidade em fontes antigas e a sua investigação atual centra-se nas conceções de justiça, autoridade e punição na tragédia Prometeu agrilhoado (séc. V a.C.) e no contexto da democracia brasileira do início do século XXI.

Publicações selecionadas

Zanon, C. A. (2021) “Where the Wild Things Are: Challenging the Monster in Homer and Hesiod”, in Béthume, Sarah; Tomassini, Paolo. (Orgs.). Fantastic Beasts in Antiquity: Looking for the monster, discovering the Human. Louvain-la-Neuve: PUL (Presses universitaires de Louvain), p. 11-26.

Zanon, C. A. (2021) “Comentário aos versos 1-21 da Teogonia de Hesíodo”, Codex: Revista Discente de Estudos Clássicos, v. 9, n. 2, p. 26-48.

Zanon, C. A. (2021) “Kháos hesiódico: um breve estudo interpretativo”, Heródoto - Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Antiguidade Clássica e suas Conexões Afro-Asiáticas, v. 5, p. 48-70.

Zanon, C. A. (2020) “Fantastic Creatures and where to find them in the Iliad”, Classica: Revista da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, v. 32, p. 235-252.

Zanon, C. A. (2018) Onde vivem os monstros: criaturas prodigiosas na poesia de Homero e Hesíodo. São Paulo: Editora Humanitas.

Zanon, C. A. (2014) “Cyclopes, Hundred-Handers, Typhon and the Mechanisms of Monstrosity in Hesiod’s Theogony”, in Rehling, Petra; Bouet, Elsa. (Orgs.). Monstrous Reflections. 1ed.Oxford: Inter-Disciplinary Press, p. 215-222.

Zanon, C. A. (2013) “Homero: qual cultura? Que sociedade?”, Romanitas - Revista De Estudos Grecolatinos, v. 2, p. 174-196.

Plano de investigação

A minha investigação a nível de pós-doutoramento em realização no Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos caracteriza-se como uma missão de estudo no âmbito do projeto financiado pela agência brasileira Capes com contrapartida da portuguesa FCT coordenado pelos Professores Doutores Breno Battistin Sebastiani (Universidade de São Paulo) e Delfim Leão (Universidade de Coimbra) intitulado “Crises (staseis) e mudanças (metabolai): a democracia ateniense na contemporaneidade”.

Com o objetivo de refletir sobre “a democracia antiga pensada como problema cotidiano cujas respostas ainda nos auxiliam a compreender os desafios sociais, intelectuais e ético-políticos da democracia contemporânea” (https://democracia.fflch.usp.br/), o meu plano de investigação centra-se nas conceções de (in)justiça, punição e autoridade que se pode depreender do ideário presente na tragédia Prometeu agrilhoado (século V a.C.), atribuída a Ésquilo. Com base em tais conceções, tenta-se traçar uma reflexão sobre um momento de crise na história recente da política brasileira e do seu sistema judiciário, sem perder de vista os desdobramentos práticos de tais conceções tanto para a Atenas do século V a.C. como para este início de século no tocante a momentos de crises e de mudança.