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Esteiros

de Soeiro Pereira Gomes

Com capa e ilustrações de Álvaro Cunhal, este romance foi autorizado a circular, em 1942, após leitura pelo próprio diretor dos Serviços de Censura. Novamente avaliado por outro burocrata, em 1966, este último foi da opinião que devia ter sido proibido, mas para que uma proibição tardia não chamasse mais atenção, ela de facto só veio a acontecer quase trinta anos depois, e apenas na então chamada «Província» de Angola.

PROIBIDO EM ANGOLA

Ouve aqui a opinião de um censor, anos mais tarde, lida por Maria João Robalo

Parecer do leitor dos Serviços de Censura, em 1966:

«Este livro é a 5.ª edição dum romance que apareceu em 1941 e tem já portanto 25 anos de existência. É um romance regionalista de análise crítica da vida miserável das populações ribeirinhas do Rio Tejo, na zona das Lezírias, fazendo realçar a injustiça, a exploração da miséria, resultado das desigualdades sociais, no que o livro não é justo, mas antes especula. (...) Julgo por isso que este livro deveria ter sido proibido quando apareceu, mas agora deve ser ignorado, pois que a proibição agora só servia à sua propaganda no nosso meio, que o poderia ignorar.»