/ PROJETO PRR_LFA

Formação Geral de um Médico Autónomo

Créditos
6.5 ECTS
Duração
175 horas
Vagas
5000
Regime/Local
Ensino misto (b-learning)
Idioma(s) de ensino
Português
Financiamento
Plano de Recuperação e Resiliência

Próxima edição

Período de inscrições

27/12/2023 a 31/12/2024

Realização do curso

01/01/2024 a 31/12/2024

Objetivos

O Regime Jurídico do Internato Médico foi revisto através do Decreto-Lei n.º 13/2018, de 26 de fevereiro, alterado, por apreciação parlamentar, pela Lei n.º 34/2018, de 19 de julho, e do Regulamento do Internato Médico, aprovado em anexo à Portaria n.º 79/2018, de 16 de março.

O curso de Formação Geral de um Médico Autónomo é uma formação de natureza teórico-prática que tem como objetivo principal preparar o médico interno para o exercício profissional autónomo e responsável da medicina, bem como para o ingresso numa formação especializada.

São ainda objetivos desta formação:

  • Promover a evolução da aprendizagem do médico interno;
  • Assegurar uma monitorização contínua;
  • Demonstrar a progressão de acordo com os objetivos de aprendizagem.

Competências a desenvolver

No final da formação o médico interno deverá adquirir as seguintes competências:

  • Capacidade de execução técnica;
  • Conhecimentos teóricos e práticos;
  • Interesse pela valorização profissional;
  • Responsabilidade profissional;
  • Relações humanas no trabalho
  • Integração de conhecimentos adequada à fase de formação em que se encontra.

Condições de acesso

Titulares do grau de Licenciatura ou Mestrado (Mestrado Integrado) em Medicina, ou portadores do respetivo reconhecimento, que estejam regularmente inscritos na Ordem dos Médicos portuguesa

De acordo com o Regulamento n.º 1126/2022 para Atribuição de Incentivos à Capacitação de Jovens e Adultos, publicado no DR de 21 de novembro de 2022:

  • Os eventuais benefícios financeiros que venham a ser atribuídos no âmbito do PRR, estão condicionados aos candidatos detentores de NIF português e residência em Portugal, à data da realização do curso;
  • Não são elegíveis à atribuição de bolsa os formandos que pretendam repetir uma formação à qual não tenham obtido aprovação e para a qual já tenham beneficiado de bolsa.
  • Os formandos que façam a inscrição num curso ou iniciativa financiada pelo PRR-LFA (Investimentos RE-C06.i03.03 – Incentivo Adultos e RE-C06.i04.01 – Impulso Jovens STEAM, abertos pelo Aviso 01/PRR/2021), aceitam que tiveram conhecimento do desconto total/parcial no preço definido para o curso, iniciativa e/ou despesas de frequência e autorizam que o mesmo seja concedido, caso seja decidida a sua atribuição, de acordo com o regulamento em vigor.

Área científica predominante

Saúde

Línguas de aprendizagem/avaliação

Português

Plano de estudos

1 Introdução ao serviço de urgência, incluindo a abordagem das situações emergentes médicas e cirúrgicas, incluindo o trauma

O médico interno de formação geral deverá ser capaz de:

  1. Conhecer os princípios gerais de abordagem do doente urgente, incluindo a Triagem;
  2. Avaliar adequadamente a gravidade do estado clínico de um paciente adulto e pediátrico, sendo capaz de identificar o doente crítico;
  3. Gerir o doente de forma padronizada de acordo com a abordagem ABCDE;
  4. Abordar de forma sistematizada o doente com as patologias mais frequentes em urgência;
  5. Ser capaz de diferenciar situações de resolução simples, de outras que necessitam referenciação, mais ou menos emergente;
  6. Melhorar a capacidade de gestão do doente e da comunicação com o próprio e família, abordados a propósito das várias temáticas lecionadas.

2 Suporte básico de vida, incluindo a abordagem e manutenção da via aérea

O médico interno de formação geral deverá ser capaz de aplicar o algoritmo de suporte básico de vida do adulto e pediátrico incluindo as seguintes competências:

  1. Reconhecer a importância do Suporte Básico de Vida, identificando cada um dos elos da cadeia de sobrevivência (reconhecimento precoce, reanimação, desfibrilhação e estabilização)
  2. Avaliar adequadamente as condições de segurança para o reanimador, vítima e terceiros
  3. Avaliar o estado de consciência da vítima
  4. Permeabilizar a via aérea se clinicamente adequado
  5. Avaliar a respiração
  6. Identificar as situações em que a vítima deve ser colocada em posição lateral de segurança e ser capaz da sua concretização
  7. Solicitar ajuda do serviço de emergência médica
  8. Realizar compressões torácicas eficazes
  9. Realizar insuflações adequadamente
  10. Identificar uma situação de obstrução da via aérea e classificá-la de acordo com a sua gravidade clínica
  11. Aplicar o algoritmo de desobstrução da via aérea
  12. Saber utilizar adequadamente um desfibrilhador automático externo (DAE)

3 Saúde Pública

Este módulo pretende dar a conhecer o Sistema de Saúde Português e a organização do Serviço Nacional de Saúde, bem como conceitos (incluindo: evolução do nível de saúde ao longo do tempo; medição do nível de saúde, doença e problemas de saúde; determinantes de saúde; Cuidados de Saúde Primários; níveis de prevenção; promoção da saúde) de saúde pública e de Planeamento em saúde (incluindo: definição de planeamento em saúde; planeamento de base populacional versus de base institucional; planeamento estratégico, tático e operacional; conceito de programa e de projeto de saúde; articulação do planeamento aos três níveis geográficos: nacional, regional e local), entre outros.

4 Prevenção e controlo da infeção associada aos cuidados de saúde e utilização racional dos antimicrobianos

O médico interno de formação geral deverá ser capaz de:

  1. Reconhecer a ameaça da resistência antibiótica e das infeções associadas aos cuidados de saúde;
  2. Entender os princípios gerais de microbiologia e resistência antibiótica;
  3. Conhecer as boas práticas de diagnóstico e prescrição nas principais infeções e a importância dos programas de apoio à prescrição de antimicrobianos;
  4. Identificar precocemente e abordar o doente com sépsis;
  5. Conhecer os princípios gerais sobre infeções associadas aos cuidados de saúde e prevenção, e controlo de infeção e vigilância epidemiológica;
  6. Proceder a uma adequada higienização das mãos, identificando os momentos em que esta deve ser realizada;
  7. Implementar medidas de proteção individual, conhecendo os equipamentos disponíveis e os contextos em que a sua utilização é recomendada;
  8. Conhecer indicações para os diferentes tipos de isolamento (contacto, gotícula e via aérea) e medidas a instituir;
  9. Saber em que circunstâncias está indicado e de que modo se deve proceder para rastreio das principais infeções;
  10. Conhecer as boas práticas em procedimentos invasivos e prevenção das principais infeções associadas aos cuidados de saúde.

5 Ética, deontologia e comunicação médica

O médico interno de formação geral deverá:

  1. Conhecer os aspetos básicos éticos e deontológicos inerentes à prática médica, incluindo os mais relevantes princípios, valores, códigos e leis que a regem.
  2. Estar familiarizado com o CDOM, nomeadamente no que concerne:
  • à relação médico-doente, respeito pela autonomia, livre escolha e recusa de tratamento, bem como direito à objeção de consciência ou recusa de assistência;
  • ao consentimento do doente, ao dever de informação e do segredo profissional, incluindo a gestão do processo e informação clínicas e sua transmissibilidade;
  • às questões relacionadas com o início e fim de vida, a transplantação, a procriação medicamente assistida e a sexualidade e género;
  • à investigação científica e experimentação humana, realização de ensaios clínicos e relação com a indústria;
  • à relação com os pares e com terceiros, mormente no respeitante ao dever de solidariedade, auxílio e cooperação, e à responsabilidade social e legal do médico.

    3. Entender as implicações da legislação vigente relativa à proteção de dados.
    4. Dominar técnicas que permitam a comunicação adequada com o doente, seus familiares e outros profissionais de saúde.

6 Utilização racional dos componentes/derivados do sangue

O médico interno de formação geral deverá ser capaz de:
1. Conhecer os 4 Qs da utilização:
A) Quem?
- Conhecer as patologias mais frequentes do foro genético e oncológico com necessidades  transfusionais, nos diferentes grupos etários
B) Quando?
- Conhecer as situações clínicas tipo, urgentes e crónicas, mais frequentes
C) Quais?
- Conhecer os critérios de escolha e prescrição
- Conhecer os benefícios esperados
D) Quantos?
- Conhecer os critérios de cálculo para prescrição e administração;
- Conhecer o seu impacto nos resultados analíticos de monitorização da situação clínica.

2. Conhecer os 4 Rs da utilização:
A) Referências:
- Conhecer normas legais
- Conhecer as normas da DGS
- Conhecer a rede de referenciação de Imunohemoterapia
B) Riscos:
- Conhecer os riscos associados à administração
- Conhecer a gestão adequada do risco/ benefício
C) Rapidez de Resposta:
- Reconhecer e tratar com Rapidez hemorragias agudas e efeitos adversos

7 Utilização racional dos meios complementares de diagnóstico

O médico interno de formação geral deverá ser capaz de:
A - Conhecer os principais Testes Complementares de Diagnóstico e sua aplicação em diversas áreas:
1. Área Laboratorial
a) Conhecer os exames laboratoriais no âmbito da prevenção, rastreio, prognóstico, diagnóstico, tratamento e monitorização de doenças humanas e do estado de equilíbrio fisiológico.
b) Prescrição racional.
c) Saber interpretar os resultados analíticos.
 
2. Área Imagiológica
a) Conhecer os diferentes métodos de avaliação imagiológica.
b) Prescrição racional e indicações clínicas mais frequentes.
c) Reconhecer os riscos e contraindicações.
d) Interpretar exames de radiologia convencional em contexto de urgência.
  
3. Eletrocardiograma
Conhecer os fundamentos e os princípios básicos de interpretação do ECG.

Promotores

Instituições de ensino de superior

Universidade de Coimbra

Unidade(s) orgânica(s)

Reitoria