Fogo (e água) no Jardim

AP

António M. G. Pedro

Departamento de Eng. Civil, Museu da Ciência e Jardim Botânico da Universidade de Coimbra

FOGO! Ocorrência proibida num Jardim, especialmente num composto por uma densa Mata e localizado no centro de uma cidade, como é o caso do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra. Contudo, na eventualidade de ser necessário combatê-lo, o Jardim tem tomado algumas precauções, quer ativas quer passivas, para evitar e minimizar alguma ocorrência. As extensas podas sanitárias recentemente realizadas no Jardim Clássico e na Mata são disso exemplo, pois com a remoção de ramos e árvores decrépitas permite-se que as árvores sãs floresçam e ‘respirem melhor’, contribuindo assim para uma diminuição significativa da carga combustível e, ao mesmo tempo, aumentando a dificuldade de o fogo se propagar quer na vertical quer na horizontal. Complementarmente, existem no Jardim um total de 18 pontos de água (Fig. 1) distribuídos estrategicamente pela Mata que foram recentemente equipados e requalificados e que podem, para além de refrescar a Mata no verão, atuar como bocas de incêndio em caso de necessidade. Todos estes pontos são alimentados por uma rede de água pressurizada a partir de um grande reservatório central, recentemente limpo e impermeabilizado, que é abastecido por uma mina e por um furo de água, conseguindo-se assim ter uma reserva permanente de água de 387 m3 pronta a ser utilizada. Para além deste sistema, o Jardim Botânico dispõe de outros equipamentos (extintores, carretéis, etc.), localizados em pontos estratégicos e que permitem auxiliar no combate a qualquer incêndio. Naturalmente que o respeito pela natureza e a adoção de comportamentos responsáveis são fundamentais para evitar estes problemas, pelo que o Jardim Botânico desenvolve ações de vigilância e educativas com o intuito de sensibilizar todos os visitantes para a preservação do espaço, assegurando-se assim que o mesmo pode ser de forma totalmente segura e tranquilamente desfrutado por todos!