Apresentação


O campo das artes performativas há muito que vem sendo objeto de atenção por parte dos estudos teatrais e performativos, da sociologia e de estudos sobre a política e economia da cultura. Espetáculos, processos e metodologias de criação artística têm vindo a ser analisados, escrutinados e discutidos através de um conjunto variado de tópicos, da dramaturgia aos modos de recepção e de relação com os públicos.

Em sentido contrário, os contextos em que são produzidas as obras no âmbito das artes performativas têm sido menos considerados e estudados. Importa assim aprofundar a reflexão acerca de algumas das mais recentes mutações nos mecanismos de produção cultural: de que modo é que os artistas se têm organizado coletivamente, depois de o modelo das ‘companhias’ ter perdido a sua prevalência enquanto modelo organizativo? Quais são os contextos formais e informais disponíveis para que os artistas escapem à precariedade dominante? Como tem evoluído o papel dos produtores, dos produtores criativos e dos gestores culturais? Qual a relação entre as transformações em curso e os modelos de formação e profissionalização existentes?Em que medida é que os modos atomizados de produção contemporânea limitam a capacidade de assumir riscos artísticos? Como podem as práticas artísticas feministas construir caminhos alternativos aos modelos institucionais dominantes?

Modos de Produzir - Artes Performativas em Transição pretende refletir sobre a relação entre a produção e os diversos regimes de criação, prestando particular atenção aos discursos e modelos de trabalho emergentes e ao seu impacto nas formas de produzir e gerir projetos e instituições culturais. Cruzando o campo dos estudos artísticos com o campo híbrido da gestão e da produção cultural, serão apresentados contributos que documentam as transições que neste âmbito estão a acontecer no domínio das artes performativas, em vários contextos nacionais e internacionais.

Comissão organizadora


Fernando Matos Oliveira

Professor Associado no Departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coordena o Doutoramento em Estudos Artísticos e é investigador integrado no Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20). Principais áreas de interesse: Estudos Teatrais e Performativos; Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. É diretor do Teatro Académico de Gil Vicente e coordena a coleção Dramaturgia da Imprensa da Universidade de Coimbra. https://apps.uc.pt/mypage/faculty/fmatos/pt


Vânia Rodrigues

Gestora Cultural, consultora e investigadora. Mestre em Cultural Policy and Management pela City University of London. Prepara atualmente tese de doutoramento em Estudos Artísticos (UC) sob o tema “Modus Operandi – para uma redefinição das práticas de produção e gestão nas artes performativas”. Tem trabalhado nas áreas de gestão cultural e políticas culturais no campo das artes performativas, atuando como gestora, curadora ou consultora para diversas organizações culturais, do espectro institucional às estruturas independentes. Intervém regularmente enquanto professora/formadora em gestão e produção cultural, planeamento estratégico e gestão de projetos, bem como enquanto curadora, oradora e moderadora em diversas conferências e debates, de carácter profissional e/ou científico. Exerce funções como perita independente em concursos nacionais. Publicou recentemente “AS PRODUTORAS - Produção e Gestão Cultural em Portugal. Trajetos Profissionais (1990-2019)”. https://www.linkedin.com/in/vaniamrodrigues/


Cláudia Morais

Licenciada e Mestre em Estudos Artísticos (Teatro, Cinema e Música) pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, trabalha no meio cultural desde 2011. Em 2015, inicia a colaboração com o Teatro Académico de Gil Vicente (Universidade de Coimbra), integrando o LIPA (Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas) em 2020, desempenhando funções nas áreas de produção e comunicação.

Oradores


Annelies Van Assche (BE)

“Representa a tua marca — como gerir uma carreira em dança contemporânea na Europa”

Daniele Sampaio (BR)

“Produção e invenção de mundos: a função da produção e gestão cultural em trajetórias artísticas experimentais”

Duška Radosavljević (UK)

“Rumo à re-profissionalização da formação em teatro”

Fernando Matos Oliveira (PT)

“Ecologias transitórias de produção: arte e pesquisa na Academia”

Joana Marques (PT)

“Modos de organização coletiva nas artes performativas portuguesas”

Marta Keil (PL)

“Instituições e práticas performativas feministas como proposta para vivermos juntos de outro modo”

Thomas Schmidt (DE)

“O sistema de teatro alemão numa encruzilhada”

Vânia Rodrigues (PT)

“Gestão e produção cultural nas artes performativas: hora de mudar?”

Contactos


Modes of Production

E-mail: performingartsintransition @gmail.com *



Teatro Académico de Gil Vicente - TAGV

Av. Sá da Bandeira - Praça da República 3000-343 Coimbra (Portugal)

Telefone: (+351) 239 855 630

Website: www.tagv.pt



Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra - CEIS20

Rua Filipe Simões nº 33 3000-186 Coimbra (Portugal)

Telefone: (+351) 239 708 870

Website: www.uc.pt/iii/ceis20

Parceiros Institucionais


Teatro Académico de Gil Vicente

O TAGV foi o primeiro teatro público criado no contexto de uma universidade em Portugal, operando ininterruptamente desde 1961. Nas últimas duas décadas, têm vindo a apoiar de modo crescente a formação artística e a investigação em artes, nomeadamente através de programas de prática-como-investigação, projetos na área da documentação, da teoria e da crítica das artes performativas.

Centro de Estudos Interdisciplinares – CEIS 20 | Universidade de Coimbra

O CEIS20 é um centro de investigação da Universidade de Coimbra integrado no Instituto para a Investigação Interdisciplinar e financiado pela FCT desde 1998. No âmbito das suas práticas educativas e da promoção de formação avançada, o CEIS20 oferece desde 2011 um programa de doutoramento em Estudos Contemporâneos. Adicionalmente, oferece formação pós-graduada e apoia práticas de investigação avançada. Agrega um significativo número de investigadores pós-doutorados nacionais e estrangeiros.