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Luiz Henrique Silva Moreira

Luiz Henrique Silva Moreira

Graduado em História pela Universidade Estadual do Paraná (2018) e Mestre em História Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (2021). Desde 2021 cursa Doutoramento em História, também pelo PPGHIS-UFPR. Tem pesquisas e áreas de interesses voltadas para a atividade das escolas filosóficas durante o período helenístico grego e seus ecos posteriores, bem como a reflexão historiográfica acerca de conceitos e balizas temporais que buscam definir e dar unidade ao Período Helenístico. Com a dissertação, intitulada "O Liceu Peripatético e a Atenas Alexandrina (Séc. IV AEC)" (disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/71359), abordou a atividade do Liceu Peripatético desde sua fundação sob Aristóteles até o termino da gestão de Teofrasto de Eresos, sucessor do estagirita. Atualmente, em sua tese, busca compreender a atividade dos poetas do Museu de Alexandria, levando em conta duas características: 1) a influência das filosofias helenísticas, principalmente da matriz aristotélica-socrático-platônica; 2) o Museu como um projeto de poder da dinastia ptolomaica perante os demais Diádocos e o espólio de Alexandre Magno. Tanto a dissertação quanto a tese contam com a orientação do Prof. Dr. Thiago David Stadler.

Membro do Núcleo de Estudos Mediterrânicos (NEMED), coordenado pelo Professor Dr. Renan Frighetto e pela Professora Dra. Marcella Lopes Guimarães, onde pesquisadores e pesquisadoras buscam compreender, respetivamente, a dinâmica das civilizações do mediterrâneo antigo na forja de diversas identidades, culturas e sistemas políticos desde a Antiguidade Clássica, passando pela Antiguidade Tardia, o Medievo e a Modernidade. Também faz parte do Grupo de Pesquisa Cultura e Poder, ligado à linha de Cultura e Poder do PPGHIS-UFPR, que busca uma abordagem histórica e historiográfica através da premissa de que a Cultura é um patrimônio forjado, disputado, adquirido e modificado nos jogos de poder que se tensionam nos campos sociais e políticos no decorrer da história.

Supervisionado pela Professora Doutora Claudia Raquel Cravo da Silva, atua como investigador visitante no Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos. No CECH desenvolve parte da pesquisa doutoral voltada para a questão da Produção e Circulação dos saberes, que objetiva traçar paralelos entre o deslocamento poético e o próprio deslocamento geográfico dos poetas alexandrinos, que apesar de assim serem chamados provinham de múltiplas partes do mediterrâneo antigo. O projeto intitula-se "Poéticas em trânsito: Alexandria como o destino de chegada e o ponto de partida dos poetas helenísticos (306-221 AEC) e recebeu financiamento da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) através do edital do Projeto de Internacionalização da Universidade Federal do Paraná (nº 01/2022 CAPES-PRINT-UFPR/Doutorado Sanduíche).

Publicações selecionadas

MOREIRA, Luiz H. S. A filosofia como meio de experimentar os espaços da Pólis: Os exemplos da Atenas Antiga (Séc. IV - III A.C.). Pórtico de Epicteto. v. 3. n. 3. fevereiro de 2020. p. 1-5.

MOREIRA, Luiz H. S. A Pólis e o Político: O Espectro Cidadão e Não-Cidadão na Antiguidade Grega. Revista História em Reflexão. v. 15. n. 30. jul-dez de 2021. p. 150-168.

MOREIRA, Luiz H. S. Pensamento Egípcio e Pensador Grego: O Ensino de História Antiga como prática decolonial. In: ASSUMPÇÃO, Luis F. B.; CAMPOS, Carlos E. C. (org.). Caminhos da Aprendizagem Histórica: Ensino de Pré-História e Antiguidade. 1ª ed. Rio de Janeiro: Sobre Ontens/UFMS, 2021. p. 210-218.

Plano de investigação

A investigação a ser conduzida no Instituto de Estudos Clássicos da Universidade de Coimbra está relacionada a pesquisa de doutoramento iniciada em 2021 na Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná, supervisionada pelo Dr. Thiago David Stadler. A tese que, até o momento, intitula-se "As Moiras e o Tecer do tempo: escrita poética e evidência história na Alexandria Ptolomaica (306-221 AEC)" visa delinear a formação e manutenção de uma identidade greco-egípcia por parte da Dinastia Ptolomaica em seus primeiros 85 anos de governo, usando o Museu como instrumento de poder. Este recorte cronológico diz respeito ao marco de 306 AEC (antes da era comum), ano em que o general macedônico se fez rei e faraó, e passa pelo reinado de Ptolomeu II, o Filadelfo, abarcando também o reinado de Ptolomeu III, o Evérgeta, que termina em 221 AEC.

O projeto recebeu financiamento CAPES-PRINT/UFPR na categoria Democracia, Cultura e Desenvolvimento, no âmbito da Produção e circulação de saberes. De modo que durante a estadia no Centro de Estudos Clássicos e Helenísticos se pretende compreender e relacionar os deslocamentos geográficos e poéticos dos poetas que aportaram no Museu de Alexandria. Aprofundando a análise concernente à documentação textual produzida em Alexandria e cruzando com sua fortuna crítica posterior, buscar-se-á compreender as peculiaridades de cada poeta e também similitudes, exercitando assim uma crítica que não apaga, mas compreende, o contexto social de produção deste tipo de conhecimento. Desta forma, nossos questionamentos centrais, durante esta instância de pesquisa, estarão voltados para a compreensão dos elementos comuns à cultura mediterrânica e dos elementos regionais presentes na poesia helenística. Além da matriz filosófica peripatética, ter-se-á como escopo documental a produção poética de Teócrito de Siracusa, Apolônio de Rodes, Licofrón e Calímaco de Cirene, poetas importantes no Museu durante o recorte temporal determinado.

Ao fim e ao cabo, o que se busca é uma possibilidade de compreender sobre outros prismas problemas que ainda permanecem ainda em voga, o da relação entre o Poder e a Cultura, bem como o problema da desterritorialização e de suas marcas no espaço e tempo.