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Cursus Aristotelicus Conimbricensis

O Curso Aristotélico Conimbricense, vulgarmente conhecido como “Curso Conimbricense”, corresponde a um projeto notável da Escola Jesuíta de Coimbra, publicado entre 1592 e 1606, para apoiar o ensino e estudo da filosofia aristotélica no Colégio das Artes de Coimbra e na Universidade de Évora.

A publicação do Curso fez-se em três períodos. Entre 1592/1593 saíram à luz os seguintes comentários:

  • Physica, De Caelo, Metereologica, Parva naturalia e Ethica ad Nichomacum: Commentarii Collegii Conimbricensis Societatis Jesu in octo libros Physicorum Aristotelis Stagyritae (Coimbra, A. Mariz, 1592);
  • Commentarii Collegii Conimbricensis Societatis Iesu in quattuor libros De Coelo Aristotelis Stagiritae (Lisboa: S.Lopes, 1593);
  • Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in libros Metereororum Aristotelis Stagiritae (Lisboa: S. Lopes, 1593);
  • Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in libros Aristotelis qui Parva Naturalia appellantur (Lisboa: S. Lopes, 1593);
  • In libros Ethicorum Aristotelis ad Nicomachum aliquot Conimbricensis Cursus disputationes, in quibus praecipua quaedam Ethicae disciplinae capita continentur (Lisboa: S. Lopes, 1593).

Numa segunda fase, foram publicados os comentários ao De Generatione (1597) e ao De Anima (1598):

  • Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in duos libros de generatione et corruptione Aristotelis Stagiritae (Coimbra: A. Mariz, 1597);
  • Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in tres libros De anima Aristotelis Stagiritae (Coimbra: A. Mariz, 1598).

O último título surgiu em 1606: Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in universam Dialecticam Aristotelis (Coimbra: D. G. Loureiro, 1606).

Nascido nos prelos de Coimbra e de Lisboa, o curso foi composto de forma orgânica e veio a ser utilizado em Colégios e Universidades dentro e fora da Companhia de Jesus, tendo-se espalhado por toda a Europa e também pela América e o Oriente, incluindo a Índia e a China. O seu impacto e influência internacional na configuração do pensamento filosófico moderno (em figuras como Descartes, Leibniz, Espinoza, Locke, Hobbes, Marx e Peirce) tornam urgente que o texto fique finalmente disponível para os investigadores e leitores do século XXI, naquela que será sua primeira tradução completa.

O projeto reúne uma equipa de mais de 30 investigadores (de vários centros de pesquisa), provenientes das várias especializações complementares do CECH (da área dos Estudos Gregos e Latinos, dos Estudos Medievais e Renascentistas e da Filosofia), combinando estudos filológicos e estudos filosóficos.