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Arara-canindé

A arara-canindé é uma das espécies mais emblemáticas do cerrado brasileiro e é importante para muitas comunidades indígenas. A sua distribuição geográfica vai desde a América Central ao Brasil, Bolívia e Paraguai. Para além do seu papel cultural, a arara-canindé desempenha uma função essencial nas relações interespecíficas do seu habitat, com hábitos alimentares que potenciam a dispersão das sementes de várias espécies vegetais. Destas, algumas apresentam casca muito grossa, que apenas a força do seu bico consegue abrir e caem no chão os frutos abertos e semi-consumidos, ficando disponíveis para outras espécies de aves e mamíferos, que de outra forma não conseguiriam, pelas cascas excessivamente duras e por estarem fora de alcance. Quando se forma um casal destas araras, permanecem juntos para sempre.


Factos da vida animal destes territórios, onde também múltiplas culturas, histórias do Homem e sua ligação à Natureza, muito fértil e diversificada, se podem contar.


Assim, materializando o exotismo de uma das mais importantes coleções etnográficas do século XVIII, destacamos dois artefactos recolhidos por Alexandre Rodrigues Ferreira, discípulo de Vandelli, o diretor fundador do Museu em 1772.


Nessa designada Viagem Philosophica ao Brasil (1783-1792), o percurso de Ferreira e comitiva incluiu as capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuyabá.